Teatro
Visão do Theatro
atual
O Teatro São Pedro
surgiu por iniciativa de uma sociedade acionária de doze cidadãos, que visavam
construir um teatro - que se chamaria São Pedro de Alcântara -
cujos rendimentos seriam destinados para auxílio da Santa Casa de
Misericórdia. Em vista da louvável proposta, o então presidente da província Manuel
Antônio Galvão doou em 1833 um terreno com 100 x 200 palmos para
a sua construção, localizado na Praça da Matriz, no centro da
cidade. As obras foram iniciadas no ano seguinte, mas estiveram interrompidas
por dez anos, ainda na fase dos alicerces, em função da Revolução
Farroupilha ocorrida entre 1835 e 1845.
O teatro em
1860
Depois da guerra,
para continuidade das obras foi constituída uma nova sociedade que, não
obstante ser de caráter privado, logo buscou subsídios oficiais, que foram
concedidos pelos governos seguintes, e em 1850 os trabalhos foram
retomados. A pedido da Santa Casa o projeto foi elaborado no Rio de
Janeiro, e executado por Phillip von Normann, que se encarregou de toda a
construção, com exceção da decoração final, que ficou a cargo de Emil
Julius Textor1 2 . O plano previu a construção
de um edifício gêmeo no outro lado da rua, o Tribunal de Justiça,
posteriormente demolido após um incêndio, em 1950.
As verbas para a
construção vieram de um programa de loterias estaduais, e finalmente o edifício
em estilo neoclássico foi inaugurado em 27 de junho de1858,
com capacidade para 700 espectadores e decoração em veludo e ouro, numa época
em que Porto Alegre tinha pouco mais de vinte mil habitantes. Em
breve a sociedade constituída para sua conservação, a Associação do Teatro, não
conseguiria mais fazer frente às despesas, e o imóvel foi desapropriado pelo
poder público em 2 de abril de 1861.
Plateia e
palco
Detalhe do
teto sobre a plateia
Durante mais de cem anos, o Theatro São Pedro foi palco de alguns dos
mais importantes espetáculos assistidos em Porto Alegre. Por aqui
passaram, por exemplo, os pianistas Arthur Rubinstein, Friedrich
Gulda, Magda Tagliaferro e Claudio Arrau, o maestro Heitor
Villa-Lobos, as cantoras Bidu Sayão e Marian Anderson, o dramaturgo Roman
Riesch, o grupo francês Les Comediens des Champs-Elisées, a
Orquestra de Versalhes, os atores Walmor Chagas, Paulo Autran, Fernanda
Montenegro, Paulo Gracindo, etc.
Apesar de tudo
isso, em abril de 1973, o Theatro São Pedro foi interditado por "absoluta
falta de condições técnicas".
As obras de restauração iniciaram em 1975 sob a autoria do
Arquiteto Carlos Antônio Mancuso (1930-2010). A
direção administrativa dos trabalhos coube a Eva Sopher, que na época
dirigia o Instituto Proarte, com a ideia de "integração do passado com o
presente".
A reinauguração aconteceu em agosto de 1984, com o
espetáculo de teatro de bonecos O julgamento do cupim, do Grupo
Cem Modos, o musical Piaf, com Bibi Ferreira e uma
apresentação Orquestra Sinfônica Brasileira regida por Isaac
Karabtchevsky.
Em sua nova fase, o
teatro tem sido administrado pela Fundação Theatro São Pedro, criada em 1982 e
desde então dirigida por Dona Eva Sopher, ligada de forma autônoma à Secretaria
de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul. Em 1985 passou
a contar com uma Orquestra de Câmara.
Restaurante
do Theatro
Em 1995, a
equipe dirigida por Dona Eva partiu em busca de novos terrenos nas imediações,
a fim de expandir o complexo Theatro São Pedro. A partir de um concurso
público, em 1998 foi selecionado o projeto dos arquitetos Marco
Peres, Dalton Bernardes e Júlio Ramos Collares para a construção do Multipalco,
cujas obras iniciaram em 2002.
Concluído, o Multipalco conta com teatro italiano, teatro oficina,
concha acústica, sala para corpo de baile, sala para orquestra e sala de
naipes, sala para entrevistas coletivas e reuniões, salas para
ensaios, restaurante, praças, cafeteria e bar, quatro lojas e estacionamento.
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