quarta-feira, 29 de abril de 2015

USUÁRIOS DO SALVADOR VAI DE BIKE RECLAMAM DE VANDALISMO

Cidade: utilidade pública
  
Segundo moradores e comerciantes, três estações teriam sido desativadas nos bairros da Ribeira, Bomfim e Mont Serrat

Por
Yuri Abreu


 Lançado em setembro de 2013 com o objetivo de incentivar o uso da bicicleta em Salvador e, com isso, melhorar a mobilidade urbana na cidade, o projeto Salvador Vai de Bike, da Prefeitura, vem sofrendo com os constantes vandalismos por parte de vândalos, principalmente na Cidade Baixa. Segundo moradores e comerciantes, três estações teriam sido desativadas nos bairros da Ribeira, Bomfim e Mont Serrat.
Além disso, é possível ver em outras partes da cidade, como em Nazaré, pichações nos locais onde estão estacionadas as bicicletas. Em outra estação, também no bairro da Ribeira, das três “magrelas” que estavam disponíveis à população na manhã do último domingo, uma delas estava até com a corrente solta, impossibilitando o uso. De acordo com pessoas que trabalham nestas regiões, os vândalos já têm destino certo ao praticar tais atos.
“Havia muitos roubos e vandalismo aqui na região. Geralmente os caras que faziam isso, tiravam as peças para poder vender e comprar drogas”, disse o vendedor Max Alves. Utilizando a própria bicicleta para se deslocar pela ciclovia da Avenida Luiz Tarquínio, a educadora, Carolina Lima, lamentou a desativação das estações. “Eu já usei uma vez e sei que as bikes são uma importante opção de transporte que temos em nossa cidade. No nosso caso, temos que melhorar a segurança e, principalmente, a educação das pessoas”, disse ela que ia para casa, no bairro da Liberdade.

PREJUÍZOS

No entanto, apesar das ocorrências, a população da Cidade Baixa ainda tem duas opções para quem utilizar as bicicletas laranjas e dar uma volta pela cidade pelas estações da Ribeira e da Calçada. Além destas, existem outras 35 estações espalhadas por toda a cidade. Um giro por Salvador na manhã do último domingo encontramos, na estação que fica próximo a Praça Castro Alves, um funcionário realizando a manutenção das bikes do local.
Ele não quis dar entrevista, mas confirmou que uma das estações da Ribeira e as de Mont Serrat e do Bonfim estão desativadas por conta de atos de vandalismo. Segundo o funcionário, a empresa responsável pelo projeto vem tendo constantes prejuízos por causa da situação. Porém disse que, no futuro, as estações voltariam a ser liberadas novamente, mas com maior segurança e instalação de câmeras. Os itens mais roubados são os pneus, manetes e as baterias utilizadas no sistema de energia dos estacionamentos.
Instrutor de ciclismo do projeto, Gilmar Pereira reclama da situação e diz que mais investimentos em segurança deveriam ser realizados para coibir os vândalos. “Lá na Cidade Baixa é onde se tem a situação mais crítica. Infelizmente, é um retrocesso, já que lutamos tanto pelo ciclismo e olhe que o investimento neste projeto não é pequeno. Mas também sabemos que são casos isolados e que as pessoas de bem estão cuidando das bikes. Afinal, este equipamento também pertence a elas”, destacou.
O instrutor disse já ter ficado sabendo de casos em que o vândalo forçou a retirada da bicicleta dos locais de estacionamento utilizando um pé-de-cabra e de pessoas que tentam tirar as bicicletas à força. A situação é agravada, segundo ele, pelo fato da região ter um alto índice de moradores de rua. Como sugestão, Pereira acredita que só o aumento da segurança e o investimento na educação vão ajudar a, pelo menos em curto prazo, minimizar o problema.
Coordenação garante estações em funcionamento
No entanto, mesmo com os transtornos, a subcoordenadora do Movimento Salvador Vai de Bike, Liana Oliva, garante que todas as 40 estações estão em funcionamento pela cidade e que a situação das estações do Bonfim, Mont Serrat e Ribeira nada têm a ver com o vandalismo.
“Elas estão desativadas, ou por conta de obras nos locais ou por que o sistema de liberação das bicicletas está fora do ar”, comentou. Apesar de não possuir números com relação ao que foi gasto com a manutenção e quantidade de bicicletas trocadas, Liana disse que os atos são vistos com preocupação por parte da Prefeitura.
“Estamos fazendo constantes reuniões com a Polícia Militar, a Guarda Municipal e outros órgãos no sentido de tornar a fiscalização ainda mais eficaz. Para se ter uma idéia, há cerca de 15 dias nós apreendemos uma pessoa que tentava violar uma das estações. Mas, no geral, a comunidade tem sido receptiva ao projeto”, destacou.
Algumas estratégias serão adotadas para coibir as atitudes de vandalismo. Ainda neste primeiro semestre, ações educativas serão realizadas em escolas com o objetivo de se conscientizar os alunos quanto ao uso da bicicleta. Além disso, haverá um aumento da segurança junto a Polícia Militar, a Guarda Municipal e a intensificação do uso do sistema de câmeras. Se a população observar qualquer ato de vandalismo nas estações de bicicletas da capital, pode fazer denúncias através dos números 4003-9892, 192 (Polícia Militar) e 156 (Ouvidoria da Prefeitura).

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