Anúncio da grife Yves Saint Laurent publicado na ‘Elle’ britânica é
censurado
BARBARA CELIS, Londres 3 JUN 2015
.
A foto da campanha da grife Yves Saint Laurent que foi proibida.
A magreza
de uma modelo volta a causar escândalo no Reino Unido. Um anúncio assinado pela
grife Yves Saint Laurent e publicado na edição britânica da revista Elle foi
censurado pela Autoridade de Padrões Publicitários (ASA, na sigla em inglês), a
instituição encarregada na Grã-Bretanha de zelar pelo cumprimento de uma série
de normas destinadas a evitar anúncios ofensivos ou irresponsáveis. A agência
concluiu que a Yves Saint Laurent teria sido irresponsável numa
publicidade onde se vê uma modelo de pernas finas como palitos, esticadas no
chão, e com o tórax sendo entrevisto em meio à roupa.
“Consideramos que a pose da modelo e em particular
a iluminação ressaltam o peito da modelo, onde se veem suas costelas de forma
proeminente, e também as pernas, onde as coxas e os joelhos parecem ter a mesma
largura. As pernas parecem magras demais, especialmente levando-se em conta sua
posição e o contraste entre sua magreza e seus sapatos de plataforma. Por tudo
isso, consideramos que a modelo parece doentiamente magra e, portanto,
concluímos que a imagem é irresponsável” diz a ASA.
O código
ético que marcas e publicitários deveriam seguir no Reino Unido tem mais de 22
pontos, cada um dividido em vários parágrafos. No ano passado, a marca Urban
Outfitters também foi condenada pela ASA e precisou retirar um anúncio de seu
site onde uma modelo aparecia com as pernas finas demais. Havia um enorme
buraco entre suas coxas, que eram da mesma largura que os joelhos. Em 2011,
outra imagem, da marca Drop Dead, já havia sido censurada por usar uma modelo
de manequim 36, vestindo um biquíni que mostrava claramente “os ossos do
quadril, das costelas e do pescoço”.
Imagem da
campanha de Victoria Beckham. / COLIN
DOGSON
Recentemente,
a pose sugestiva de uma modelo com aparência muito jovem, numa propaganda da
Prada publicada na revista Vogue, também levou à intervenção da
ASA.
Esses são
os principais campos de batalha de quem luta contra imagens que podem afetar o
público, em especial as adolescentes: magreza extrema e juventude excessiva. E
as iniciativas contra isso não procedem apenas de instituições públicas. No ano
passado uma blogueira de Los Angeles obteve mais de 50.000 adesões numa
campanha contra a Yves Saint Laurent por utilizar mulheres magérrimas.
Para Jo Swinson,
ex-ministra britânica da Igualdade e fundadora da campanha Body
Confidence (algo como confiança em relação ao corpo), a
intervenção da ASA é necessária “sempre que as imagens forem irresponsáveis. É
melhor que as jovens se aferrem ao espírito de campanhas como a This
Girl Can (essa menina pode), que põe o foco em se sentir bem com o
próprio corpo através do exercício físico, em vez de sofrer pressão para ter um
buraco entre as coxas”.
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