Por
Helô Sampaio
Helô Sampaio e o caranguejo de Sergipe
Eu fui com um grupo
animado: Mira, minha irmã Ana, Nubia, Samir. Lá, encontramos uma galera daqui
para ‘aprontar’ no pedaço.
E foi muito normal
sairmos à noite, sem medo de assalto, percorrendo aquela orla deliciosa, cheias
de bares e restaurantes com comidinhas gostosas, sem nos preocuparmos com
horário, só olhando cardápio. Voltamos inteiros, sem roubo de nada. Fiquei bege
de inveja.
A ‘limpeza’ da cidade
deixa a gente com inveja mesmo. Por lá, ainda não chegaram os vagabundos para
pixar os muros. Espero que os sergipanos sejam mais ‘cidadãos’ que nós,
baianos, e quando os desocupados chegaram para deixar as garatujas – que deve
ser o que possuem no cérebro – pelas casas, que eles ponham a molecada para
limpar.
Somente ao ver o
conjunto da capital sergipana todo asseado, com seus monumentos, muros,
igrejas, parques, tudo sem a marca dos predadores, foi que senti quanto tem
sido violentado o nosso rico patrimônio cultural.
Fazia algum tempo que
eu não ia à vizinha. E ela está deliciosa mesmo. Buscamos o que para nós era
novidade, o restaurante Rei da Sopa, onde servem o normal dos bares como
lambretas, siri, caranguejo ao lado de sopas deliciosas e diferentes, como
aipim com charque, camarão, além das triviais de galinha, feijão, e por aí vai.
No outro dia, fomos
almoçar no chique ‘Parmegianno’. Eu ‘apaixonei’ pela mariscada, bem servida, e
com ‘mutcho’ camarão mais a simpatia da Augusta. A ‘tchurma’ raspou o
tacho. Bom demais. Augusta. Volto aí breve, pra comer, sozinha, outra
mariscada. Acompanhada pelo caranguejo gordo. Me aguarde!
O bom é que em
qualquer boteco de Aracaju se acha caranguejo gordo. E na Passarela do
Caranguejo, tem uma escultura do bicho em tamanho gigante que me deixou
encantada e... com água na boca. Ah! Se fosse de verdade, pra eu quebrar uma
puã daquela com uma ‘geladésima’... Ia comer uns três dias.
A cidade está linda,
com ‘prediões’ bonitos, humanizados, cheios de janelas com muito vidro e pouco
cimento; o povo na rua passea despreocupado e tem musica em quase todo boteco.
Tem até um trenzinho e uma bicicleta-carrinho todos cheios de luzes, que percorrem
a orla toda mostrando aos turistas os monumentos e belezas da cidade. Eu, por
exemplo, logo me candidatei e fui curtir o passeio com Mira. Foi divertido
demais!
No sábado, tivemos a
‘boca livre’ do aniversário de um aninho da Beatriz, sobrinha de Mira. Festão
bom danado. Os papais Saulo e Bianca capricharam nos comes e bebes, com o apoio
integral de Neide, a vovó coruja. Mas, o que é bom, dura pouco, e tivemos que
voltar. Sergipanos, não se desesperem que logo, logo, eu vou desfilar novamente
o meu charme e simpatia pelos caranguejos da área.
Chegar à terrinha foi
duro, com um trânsito insuportável, em que gastamos um tempão até ‘desapear’.
Ah! Agora acharam uma forma fácil de ganhar dinheiro, determinando velocidades
diferentes em cada rua. Isso significa que, ao invés de ficarmos antenados no
fluir do trânsito e nas pessoas, temos que nos ligar é no velocímetro, mesmo
que prejudique o fluxo.
E pedir a São
Cristóvão que nos ampare, pois os ‘home’ aqui só querem saber de ‘bambá’ na
caixa e multas para encher o cofre. Que se dane o fluxo! “Até quando, Catilina,
abusarás da nossa paciência?”, bradaria Marco Cicero se cá estivesse. Daqui a
uns dias, vai ser mais rápido andar a pé. Investir em educação e civilidade,
que seria a solução, dá muito trabalho. O fácil é multar, que enche cofre.
Agora, tem rua com limite de 30km. Melhor seria fechar para o transito e deixar
acesso só para os moradores, em vez de assaltar motorista desavisado e cobrar
574 reais pelo descuido de passar com mísros 50km. Não deixei que o encanto da
vizinha amada, a terra do caju e do caranguejo, se desfizesse por esses
aborrecimentos.
E já pedi a minha
amiga Lili, de Iaçu, para preparar a tradicional feijoada sergipana, que eu
a-do-ro, e feita por ela, lambo os dedos. Pegue a receita ai, minha bonita, e
encante o seu amorzão com esta delicia. Avental a bordo, vamos pra cozinha.
Feijoada
Sergipana
Ingredientes:
-- 500g de feijão mulatinho
-- 200g de charque
-- 200g de carne verde
-- 200g de costela de porco
-- 200g de pé de porco
-- 200g de calabresa ou paio
-- 200g de rabo de porco, salgada
--Temperos (cebola, tomate, pimentão, cebolinha, folhas de louro,
pimenta-do-reino e alho a gosto)
-- Verduras (abóbora, quiabo, maxixe, couve, chuchu e cenoura)
Modo
de preparar:
-- Lavar o feijão e deixar de molho por 2 horas. Colocar as carnes salgadas de
molho em um recipiente com água que cubra, por 5 horas, trocando a água pelo
menos uma vez. Escorrer e ferver por 10 minutos.
-- Refogar os
temperos.
-- Juntar as carnes e
o feijão, cobrir com água e deixar ferver por uma hora.
-- Acrescentar as
verduras: cenoura, maxixe, couve e, por último, quiabo e chuchu e deixar
cozinhar até ficarem macias. Servir com arroz.
E aguardar os
beijinhos de biquinho com que o amorzinho vai lhe presentear antes de tirar
‘aquele ronco’. No caso, merecido depois de um feijãozinho gostoso desse.
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