Oscar Wilde
O mais
famoso livro (romance) de Oscar Wilde: história e personagens
O Retrato de Dorian Gray (em inglês: The Picture of
Dorian Gray) é um romance
filosófico do escritor e dramaturgo Oscar Wilde.
Publicado pela primeira vez como uma história periódica em julho de 1890 na
revista mensal Lippincott's Monthly Magazine, os
editores temiam que a história fosse indecente, e sem o conhecimento de Wilde,
suprimiram cinco centenas de palavras antes da publicação. Apesar da
censura, O Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade
moral dos críticos literários britânicos, alguns dos quais disseram que Oscar
Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública.
Em resposta, Wilde defendeu agressivamente seu romance e arte em correspondência
com a imprensa britânica.
Wilde revisou e ampliou a
edição de revista de O Retrato de Dorian Gray (1890) para
uma publicação como um romance; a edição do livro (1891) que contou com um
prefácio aforístico —
uma apologia sobre a arte do romance e do leitor. O conteúdo, estilo e
apresentação do prefácio se tornaram famosos em seu próprio direito literário,
como crítica social e cultural. Em abril de 1891, a casa editorial Ward, Lock
and Company publicou a versão revisada de O Retrato de Dorian Gray.
O único romance escrito por
Wilde, O Retrato de Dorian Gray existe em duas versões, a
edição de revista de 1890 e a edição do livro de 1891, da história que ele
havia submetido para a publicação periódica na revista mensal Lippincott's
Monthly Magazine. Conforme a literatura do século XIX, O
Retrato de Dorian Gray é um exemplo de literatura
gótica com fortes temas interpretados a partir do lendário Fausto.
Enredo:
Dorian Gray é o tema de um
retrato de corpo inteiro em óleo de Basil Hallward, um artista que está
impressionado e encantado com a beleza de Dorian; ele
acredita que a beleza de Dorian é responsável pela nova modalidade em sua arte
como pintor. Através de Basil, Dorian conhece Lorde Henry Wotton, e ele logo se
encanta com a visão de mundo hedonista do aristocrata:
que a beleza e a satisfação sensual são as únicas coisas que valem a pena perseguir
na vida.
Entendendo que sua beleza irá
desaparecer, Dorian expressa o desejo de vender sua alma, para garantir que o
retrato, em vez dele, envelheça e desapareça. O desejo é concedido, e Dorian
persegue uma vida libertina de
experiências variadas e amorais; enquanto isso seu retrato envelhece e registra
todos os pecados que corrompem a alma.
O Retrato de Dorian Gray começa
em um ensolarado dia de verão na Inglaterra da Era Vitoriana,
onde Lorde Henry Wotton, um homem opinativo, observa o sensível artista Basil
Hallward pintar o retrato de Dorian Gray, seu anfitrião, e lindo jovem que é a
musa final de Basil. Depois de ouvir a visão de mundo hedonista de Lorde Henry,
Dorian começa a pensar que a beleza é o único aspecto da vida que vale a pena
seguir, e deseja que o retrato de Basil envelheça em seu lugar.
Sob a influência hedonista de
Lorde Henry, Dorian explora plenamente a sua sensualidade.
Ele descobre a atriz Sibyl Vane, que atua em peças de teatro de Shakespeare em
um sombrio teatro da classe trabalhadora. Dorian se aproxima e a corteja, e
logo propõe casamento. A apaixonada Sibyl o chama de "Príncipe
Encantado", e desmaia com a felicidade de ser amada, mas seu irmão protetor,
James, um marinheiro, adverte que, se seu "Príncipe Encantado"
magoá-la, ele vai matar Dorian Gray.
Dorian convida Basil e Lorde
Henry para ver Sibyl atuar em Romeu e Julieta.
Sibyl, cujo o único conhecimento do amor foi através do amor ao teatro,
renuncia a sua carreira de atriz para experimentar o amor verdadeiro com Dorian
Gray. Desanimado por ela ter abandonado o palco, Dorian rejeita Sibyl,
dizendo-lhe que atuar era a sua beleza; sem isso, ela já não era interessante.
Ao voltar para casa, Dorian percebe que o retrato foi alterado; seu desejo
realizado, e o homem do retrato carrega um sorriso sutil de crueldade.
Conscientemente ferido e
solitário, Dorian decide se reconciliar com Sibyl, mas é tarde demais, enquanto
Lorde Henry informa que Sibyl se matou por engolir ácido
cianídrico. Dorian então, entende que, a partir daí, sua vida dirigida pela
luxúria e boa aparência seria suficiente. Nos dezoito anos seguintes, as
experiências de Dorian, com todos os seus vícios, são influenciados por um
romance francês moralmente venenoso, um presente recebido do decadente Lorde
Henry Wotton.
[A narrativa não revela o
título do romance francês, mas em seu julgamento, Wilde disse que o
romance Dorian Gray era como ler À rebours ("Contra
a Natureza", 1884), de Joris-Karl
Huysmans.]
Uma noite, antes de partir
para Paris, Basil vai à casa de Dorian lhe perguntar sobre os rumores de seu
sensualismo auto-indulgente. Dorian não nega
sua devassidão, e leva Basil a um quarto fechado para ver o retrato, que havia
se tornado hediondo pela corrupção de Dorian. Na raiva, Dorian culpa seu
destino sobre Basil, e o apunhala até morrer. Dorian depois calmamente
chantageia um velho amigo, o químico Alan Campbell, para destruir o corpo de
Basil Hallward em ácido
nítrico.
Um
antro de ópio do século XIX em Londres
(com base em contos fictícios atuais).
Para escapar da culpa de seu
crime, Dorian vai para um antigo antro de ópio, onde James Vane está
inconscientemente presente. Ao ouvir alguém se referir a Dorian como
"Príncipe Encantado", James o procura e tenta atirar em Dorian. Em
seu confronto, Dorian engana James ao fazê-lo acreditar que é muito jovem para
ter conhecido Sibyl, que se suicidou dezoito anos atrás, já que seu rosto ainda
é o de um jovem. James cede e libera Dorian, mas depois é abordado por uma
mulher do antro de ópio que reprova James por não matar Dorian. Ela confirma
que o homem era Dorian Gray e explica que ele não envelheceu em dezoito anos;
compreendendo demasiado tarde, James corre atrás de Dorian, que se foi.
Uma noite, durante o jantar em
casa, Dorian espiona James rondando a casa. Dorian teme por sua vida. Dias
depois, durante uma caçada, um dos caçadores acidentalmente atira e mata James
Vane, que estava escondido em um matagal. Ao retornar a Londres, Dorian diz para
Lorde Henry que irá ser bom a partir de então; sua nova probidade começa com
não partir o coração da ingênua Hetty Merton, o seu interesse romântico atual.
Dorian se pergunta se sua bondade recém-descoberta teria revertido a sua
corrupção no retrato, mas ele só vê uma imagem mais feia de si mesmo. A partir
daí, Dorian entende que seus verdadeiros motivos para o auto-sacrifício de
reforma moral foram provocados pela vaidade e a curiosidade pela busca de novas
experiências.
Decidindo que só a completa
confissão iria absolvê-lo de delitos, Dorian decide destruir o último vestígio
de sua consciência. Enfurecido, Dorian pega a faca com que ele assassinou Basil
Hallward e apunhala o retrato. Os servos da casa acordam ao ouvir um grito do
quarto fechado; na rua, os transeuntes também ouvem o grito e chamam a polícia.
Ao entrarem na sala trancada, os servos encontram um velho desconhecido,
esfaqueado no coração, seu rosto e figura estão secas e decrépitas. Os servos
identificam o cadáver desfigurado pelos anéis nos dedos que pertencem ao seu
mestre; ao lado deles está o retrato de Dorian Gray, que regressou à sua beleza
original.
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