Cidade europeia
Cagnes-sur-Mer é uma comuna do sudeste de França no departamento dos Alpes Marítimos. Está situada na costa mediterrânea entre Saint-Laurent-du-Var e Villeneuve-Loubet.
Ela se estende ao longo de uma enseada que oferece
cerca de 4 quilómetros de praia e está rodeada de colinas, entre as quais a que
alberga o castelo que atinge os 90 metros de altitude. Atravessam a cidade dois
rios: la Cagne e o Malvan.
Compreende um velho
burgo medieval empoleirado sobre um a colina dominada pelo castelo, uma cidade
moderna ao pé e uma aldeia de pescadores, chamada Le Cros de Cagnes, na orla
marítima.
O nome Cagnes e geralmente explicado
pelo nome latino Cannius. Pode-se também encarar a sua origem
pré-indoeuropeia kan (= altura), o que corresponde à
situação da vila medieval.
Vila celto-ligúrica desenvolvida
a partir de um ópido galo-romano, Cagnes-sur-Mer
transformou-se no século XI num burgo medieval. Devido à sua proximidade
com o rio Var que serve de fronteira entre o Condado
da Provença e o da Saboia,
tornou-se em 1388 num posto fronteiriço importante. Depois de ter sofrido
numerosos conflitos fronteiriços no século XVI, o pequeno burgo conheceu um período calmo sob o
reinado de Luís XIII antes de sofrer novas invasões durante
os reinados de Luís XIV e Luís XV.
A história da cidade
está intimamente ligada à do castelo, construído em Le Haut de Cagnes. Com efeito, foi em 1309 que Rainier Grimaldi, soberano do Mónaco,
tornou-se senhor de Cagnes-sur-Mer. Ele fez edificar o Château Grimaldi que se tornou propriedade da
família Grimaldi até à Revolução Francesa, em 1789. Em1620, o
barão Jean-Henri Grimaldi, sob
a proteção de Luís XIII e de Richelieu, transforma o castelo medieval numa residência
confortável, onde pairava uma vida faustosa. Mas na época da Revolução Francesa,
a família Grimaldi é expulsa do castelo. O castelo é deixado ao abandono até
que um proprietário o adquiriu e restaurou em 1875.
Le Cros de Cagnes: no fim do século XVIII, pescadores oriundos
de Menton duas
vezes lançaram as suas redes sobre as águas de Cagnes-sur-Mer. Estas
últimas foram tão piscosas que eles decidiram instalar-se definitivamente sobre
as suas costas, na altura pantanosas, juntando-se depressa aos habitantes de
Cagnes que abandonavam as atividades agrícolas. A pequena vila não cessou de
prosperar graças à pesca, tendo atingindo o seu apogeu no princípio do século XX, com uma frota de mais de uma centena de «pointus»
(nome dado aos barcos de pesca locais).
O castelo
O castelo-museu Grimaldi : foi adquirido
pelo município em 1939; o castelo transformou-se em museu em 1946. Este
castelo-museu tem no seu seio um fresco, (afresco no Brasil), que
representa a queda de Faetonte,
realizado em 1620 por Giulio Benso Pietra. O castelo abriga um museu etnográfico da
oliveira, a doação Suzy Solidor,
compreende quarenta retratos da cantora produzidos por grandes nomes da pintura
dos inícios do século XX. Existe ainda um museu de arte mediterrânica.
Todos os verões, o castelo propõe igualmente exposições temporárias no quadro
do seu Festival Internacioanl de Pintura.
O
domínio Renoir: foi em 1903 que
o pintor francês Pierre-Auguste Renoir comprou uma propriedade no bairro Des
Collettes, onde ele viveu até a sua morte 1919. Hoje
transformada em museu, o seu dono proporciona a visita ao ateliê de pintura,
quadros do período nacarado de (1889 a
1919), sepulturas, litografias e
estudos preparatórios.
É de salientar que numerosos artistas como
Pierre-Auguste Renoir, Chaïm Soutine, Raoul Dufy, Léonard-Tsuguharu Foujita, Victor Vasarely, Moïse Kisling, Yves Brayer, Mouloudji, Georges Simenon, George Ulmer… residiram e trabalharam em
Cagnes-sur-Mer, apelidada até à década de 1960 a « Montmartre da Côte d'Azur ».
Cagnes-sur-Mer está geminada com a cidade alemã
de Passau desde 1973.
Todos os anos, numerosos alunos de Cagnes-sur-Mer efetuam trocas com jovens da
cidade alemã no quadro escolar.
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