Política
PLANALTO MAPEIA VOTOS PARA
BARRAR ‘IMPEACHMENT’
Por
Estadão Conteúdo
A maior preocupação do Palácio do Planalto,
agora, é com a deterioração do relacionamento com o vice-presidente Michel
Temer
O governo passou os últimos dias
contando os votos que tem no Congresso para barrar a tramitação de um possível
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A maior preocupação do Palácio do
Planalto, agora, é com a deterioração do relacionamento com o vice-presidente
Michel Temer, que comanda o PMDB, e com a bancada do partido. Dilma conversou
mais de uma vez por telefone, na segunda-feira, 14, com o presidente do Supremo
Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
À noite, ela reuniu para um
jantar 19 governadores da base aliada, no Palácio da Alvorada. Embora o
encontro tenha sido para pedir apoio às medidas de austeridade fiscal, com
corte de R$ 26 bilhões, congelamento de salários do funcionalismo e reedição da
CPMF, o governo tentou vender ali a imagem de que está reagindo à crise.
Ficou claro, ainda, que Dilma
espera o respaldo dos governadores contra a tentativa de derrubá-la. Na linha
de frente do monitoramento dos aliados, o ministro da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, e o assessor especial da Presidência, Giles Azevedo, têm mantido
conversas reservadas com deputados, senadores, empresários, governadores e
também com advogados.
Ainda ontem, antes do anúncio da
nova tesourada no Orçamento, Mercadante fez outro mapeamento dos votos com os
quais o governo pode contar na Câmara e no Senado. A situação mais dramática é
na Câmara, onde o Planalto tem perto de 200 dos 513 votos, muito pouco diante
do que precisa para frear eventual pedido de afastamento de Dilma. No
diagnóstico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da cúpula do PT, Dilma
perdeu sua base social ao endurecer o ajuste fiscal e corre o risco de ter o
mandato abreviado.
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