segunda-feira, 16 de novembro de 2015

FORTE DO MONTE SERRAT (/SÃO FELIPE)

História da Bahia (Salvador)


 
Texto extraído do livro intitulado Fortes e Faróis, de autoria de
Ricardo Siqueira

A Companhia das Índias Ocidentais – uma associação entre governo e empresas privadas, com objetivo militares e colonizadores – financiava as constantes incursões de frotas inimigas ao litoral brasileiro. Às vezes, veladamente, apoiava também as pilhagens de piratas a engenhos e povoados. Em 1647 e 1648, nada menos que 53 fazendas do Recôncavo Baiano foram saqueadas pelas tropas de Siegemund von Schokoppe. Em 1587, 1599 e 1604, ocorreram novas visitas de piratas holandeses.




O Forte de Monte Serrat, construído entre 1583 e 1587, cruzava fogo com o forte de Santo Antônio (da Barra), formando a principal defesa durante os primeiros 50 anos de Salvador (Bahia). Foi ocupado pelos holandeses em 1624, mas seus soldados tiveram tempo de fugir e armar uma trincheira com dois canhões de bronze nas imediações para isolar o inimigo. Dali, a resistência baiana preparava emboscadas, partia para queimar pequenos navios e atirar contra tropas holandesas. Tentando ataca-la, os comandantes Van Dorth e Schooter foram mortos.







Em 1837, invadido pelos sabinos, Monte Serrat bombardeou quatro lanchas da Marinha Imperial que tentava desembarcar 60 fuzileiros na praia. No dia seguinte, viria a resposta governista com um fragata, uma corveta, cinco lanchas e um destacamento por terra. Sob fogo cruzado, os rebeldes entregaram o forte.







Monte Serrat integra, junto com a Igreja Nossa Senhora de Monte Serrat, o sítio histórico de Monte Serrat/Boa Viagem, tombado em 1957. E a sua arquitetura, destacando-se a grande altura das guaritas e o seu formato em torreão circular recoberto por cúpulas, é exemplo de mistura entre os estilos medieval e colonial.







Uma curiosidade: certa manhã o Presidente da Província (baiana) decidiu demolir as muralhas (do forte) e derreter o ferro dos (seus) canhões. Na hora do almoço, para mostrar a utilidade das peças (passíveis de desaparecimento), o oficial de plantão no forte desfechou um tiro de canhão carregado com queijo, que bateu no muro do Palácio Presidencial, a quilômetros dali.  Era a sobremesa do Presidente.






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