Brasil: prêmio (ciência
e tecnologia)
Diana Prado Lopes Aude Craik
estudou física no MIT e faz doutorado em física quântica na Universidade de
Oxford (Foto: Arquivo Pessoal)
A cientista
brasileira Diana Prado Lopes Aude Craik ganhou o prêmio principal em um
concurso britânico de fotografias científicas, organizado pelo Engineering and
Physical Sciences Research Council (EPSRC).
A carioca de 28 anos optou por estudar física no Massachusetts Institute
of Technology (MIT), nos EUA, após ser aprovada em todas as universidades nas quais
se inscreveu, incluindo Harvard e Princeton. Atualmente faz doutorado em física
quântica na Universidade de Oxford, no Reino Unido.
A foto vencedora, feita com um microscópio de Oxford, mostra um chip
desenvolvido pela cientista junto com um colega como parte de uma pesquisa
sobre o desenvolvimento da computação quântica com íons. Ela venceu na
categoria Eureka, uma das cinco do concurso, e também o prêmio geral.
Em entrevista a uma rádio regional da BBC, a cientista disse que
inscreveu a foto no concurso para compartilhar com o público sua empolgação com
o que representava aquele momento - com o chip sob o microscópio em que os
eletrodos eram vistos com clareza -, na nova era de computação quântica que
começa a se desenhar.
No caso de Diana, o envolvimento com a Ciência começou em casa, com o
incentivo dos pais, Julio Salek Aude e Eliana Prado Lopes Aude, ambos
engenheiros e cientistas.
A foto mostra um chip
desenvolvido pela cientista como parte de uma pesquisa sobre o desenvolvimento
de computação quântica com íons (Foto: Diana Prado Lops Aude Craik/Universidade
de Oxford)
"Marie Curie, Emmy Noether, Rosalind
Franklin... São muitos
os exemplos de mulheres que revolucionaram a ciência, mesmo sendo minoria
dentre pesquisadores nesta área. Desde pequena, fui inspirada pelos meus pais.
Assistia à minha mãe, uma mulher forte e competente, fazendo pesquisa
inovadora. Tanto ela quanto meu pai sempre me encorajaram na ciência. Eles me
faziam sentir que eu poderia fazer tudo o que quisesse", disse à BBC
Brasil.
Segundo ela, a comunidade científica deveria se empenhar em buscar
contribuição das mais diversas para incluir melhor aqueles que, diferentemente
dela, não tiveram esse incentivo em casa. "A ciência se beneficia
enormemente quando todos, independentemente de seu sexo ou origem, têm a
oportunidade de contribuir e de participar do avanço científico - para toda
menina e mulher e para meninos também!", acrescentou.
O campo no qual a brasileira atua promete revolucionar a compreensão da
Ciência sobre o mundo.
O chip gera um campo elétrico que captura átomos
com carga positiva (íons); estes íons podem ser usados como bits (ou qubits,
bits quânticos) para armazenar informação na computação quântica."Diana
Prado Lopes Aude Craik
"Este chip é um protótipo de uma das partes de um computador
quântico. A comunidade científica está se empenhando em construir um computador
quântico porque este tipo de computador seria capaz de fazer uso das
propriedades da mecânica quântica para resolver problemas com os quais nenhum
computador convencional (nem mesmo o computador mais potente que possamos
imaginar) pode arcar", explicou Diana.
"Esses computadores quânticos também podem funcionar como
simuladores - para, por exemplo, simular a interação de átomos em um sólido - e
podem assim ser usados para estudar fenômenos físicos que não são bem
entendidos".
Após mais de 10 anos fora do Brasil, questionada se voltaria para
trabalhar em sua área no país, ela responde apenas, por e-mail: "Sim!
:)"
Nenhum comentário:
Postar um comentário