Ciência/Tecnologia
Os cometas são agregados de rocha, gelo e
poeira, componentes unidos pela força da gravidade
A Terra está sendo visitada
não apenas por um, mas dois cometas.
Um
acontecimento único - como se a visita dupla não fosse bastante, um deles está
"raspando" nosso planeta.
Fazia
246 anos que um cometa não passava tão perto.
Os
objetos são o P/2016 BA14 Pan Starrs e o 252P/Linear, que começaram nesta
semana sua passagem pelo hemisfério Sul e desaparecerão pelo hemisfério Norte
em duas semanas.
Será preciso um telescópio com ao menos 150 mm de abertura para
observar os cometas gêmeos
No
entanto, é nesta semana que os cometas estarão mais perto da Terra.
Embora
ambos estejam a uma distância relativamente curta - o Linear, a 5,2 milhões de
km, e o Pan Starrs, a 3,5 milhões de km -, quem quiser apreciá-los precisará de
um telescópio profissional, pois são objetos pequenos.
Segundo
o Instituto de Astrofísica das Canárias, o observatório mais importante da
Europa, o telescópio tem que ter ao menos entre 15cm e 20cm de abertura.
Como
o percurso é de sul a norte, quem está no hemisfério Sul deve apontar o
aparelho para o norte, e vice-versa.
Gêmeos
Talvez
o fato mais interessante sobre esses cometas é que são gêmeos.
Segundo
especialistas da Universidade de Maryland, nos EUA, eles apresentam órbitas
quase idênticas e com período semelhante: 5,25 e 5,32 anos, respectivamente.
"Os
dois podem estar relacionados porque suas órbitas são surpreendentemente
parecidas", afirmou, em nota, o chefe do departamento de objetos próximos
à Terra da Nasa, Paul Chodas.
"Sabemos
que cometas são objetos relativamente frágeis. Talvez durante uma passagem
anterior pelo Sistema Solar, ou durante um sobrevoo por Júpiter, o pedaço que
conhecemos hoje como Pan Starrs tenha se desprendido do Linear",
completou.
A
passagem dos cometas, disse o cientista, não representa perigo para a Terra.
Agora ou em 150 anos
Trata-se
também de uma excelente oportunidade para avançar no estudo científico dos
cometas.
Para
isso, o telescópio espacial Hubble está seguindo a dupla de perto.
Cometas são remanescentes da formação do Sistema Solar
Os
cometas são agregados de rocha, gelo e poeira, mantidos juntos pela ação da
gravidade, e cujo núcleo varia de 10km a 40km de diâmetro.
O
estudo desses objetos é importante para a astronomia porque são como fósseis da
formação do Sistema Solar, que carregam informações sobre a gênese dos sistemas
planetários.
Especialistas
terão essa janela de duas semanas para coletar o maior volume possível de dados
- a estimativa é que um cometa só volte a passar tão perto do planeta em 150
anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário