Literatura
Publicado por Patrícia Dantas
Autora do
livro de crônicas ‘Intimidades de uma Escritora’, pela Editora Multifoco.
Coautora do livro de crônicas e poemas ‘Vestidas de Palavras’ pela Editora Scortecci.
Coautora do livro de crônicas e poemas ‘Vestidas de Palavras’ pela Editora Scortecci.
Blog: em
total liberdade: http://emtotalliberdade.blogspot.com.br/
Já não precisamos de
roteiros compactados para conhecer seus arrondissements, quando temos hoje,
além-poemas, relatos, romances e crônicas já consagradas, sites de buscas e
superblogs de pessoas viajadas pelo mundo, que indicam com ricas descrições, os
incontáveis pontos de Paris para se conhecer antes de morrer.
Bistrôs aquecidos, baguetes quentinhas, a
umidade cinzenta e fria da cidade e luzes que se guiam pelas tonalidades
ofuscantes que acendem o finalzinho das tardes. Além de Paris já falar por si
para que veio, do imaginário dos mais afoitos flâneurs ao mais desatento
transeunte, como nos relata Hemingway, em Paris é uma festa e Baudelaire, em O
Esplim de Paris.
Já não precisamos de roteiros compactados
para conhecer seus arrondissements, quando temos hoje, além poemas, relatos,
romances e crônicas já consagradas, sites de busca e superblogs de pessoas
viajadas pelo mundo, que indicam com ricas descrições os incontáveis pontos de
Paris para se conhecer antes de morrer.
Falando assim, como não amar nossa era da
informação, que nos presenteia com o universo na palma das nossas mãos? Sim,
temos Paris, a Índia, a China, a Transilvânia, o Polo Norte ao nosso alcance,
bastam alguns cliques curiosos ou um roteiro de viagem para as próximas férias.
Sem ironias com a modernidade, partamos já com nossas mochilas nas costas e
alguns trocados no bolso. E que tal, antes de soltar a mochila no primeiro
quarto de um hostel ou hotel barato, conhecer de cara o primeiro bistrô
apontado em nossa direção?
Lembro que, em uma das minhas primeiras
viagens de férias, com o pouco dinheiro que juntara desde que soube que o próximo
destino seria um tour por algumas cidades da Europa – incluindo Paris! - fiquei
tão extasiada não só pelas paisagens vistas nos filmes, mas também pelos vinhos
de que iria tomar - Bordeaux, Borgonha, Côtes du Rhônes -, daquelas regiões que
você já ouviu falar, e sempre salivou quando via algum rótulo de lá. Nem é
preciso tomar daquela safra rara, que tem mais de cem anos, basta mesmo um
vinho da casa para você saber que está diante de uma relíquia que faz história
e desperta os sentidos de muita gente, inclusive o seu.
Confesso que não sou conhecedora de vinhos
safrados, vencedores de prêmios internacionais, das ‘denominações de origem
controlada e garantida’, da alta gastronomia mundial, das notas, apreciações,
aprovações dos críticos e da mídia. Meu grande e maior segredo é que costumo me
dar por inteira às experiências que, por acaso, chegam sem nenhuma intenção de
provocar além do que já me permiti.
O negócio é que um novo vinho, conhecido ou
não, venha de onde vier, acaba desestruturando algo dentro da gente, é como se
fosse um novo estranho, uma pessoa que depende da nossa aceitação, da última
aprovação para entrar no círculo. E os Plat du Jour? Existe coisa que atice
mais os sentidos? Bem, nem precisa falar. Folheava os cardápios com um frenesi no
estômago, com a curiosidade e fome com que se lê um envolvente romance de
García Marques.
Preciso dizer que já conquistei a regra:
novas sensações para tudo!
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