Literatura: livro
É formada em
Comunicação Social, habilitação em Jornalismo. Ama escrever, ler, gatos, café e
chimarrão.
Anita Delgado teve uma vida que
parecia ter saído de um conto de fadas e que se transformou em romance nas mãos
de Javier Moro no livro Paixão Índia.
Anita Delgado. Imagem: Google
Imagens
No início do século XX
um rajá indiano se apaixona por uma bailaria espanhola e contra todas as
possibilidades leva a jovem para ser sua princesa, na Índia, em um pequeno
estado chamado Kapurthala. Muito bacana esse roteiro de filme, bacana, criativo
e real. Isso tudo realmente aconteceu com a jovem Ana Delgado e é contado no
livro Paixão Índia de Javier Moro.
Capa do livro
Com um texto encantador, fácil, divertido e
que proporciona, por conta de tudo isso, uma obra muito didática e de leitura
rápida, Paixão Índia é uma mistura de ficção e realidade delicada e muito
preciosa. A leitura é totalmente recomendada para quem gosta de ficção e de
realidade, afinal, a mistura das duas coisas, nesse livro, é muito constante e
em linhas tênues.
Javier Moro conta à história de Anita Delgado
de uma forma que é muito difícil não simpatizar com a espanhola de origem
simples que se torna, ao poucos (e ao mesmo tempo de repente), em uma princesa
do Oriente. Tudo isso em uma época em que a Índia era governada pela Inglaterra
e mais envolta em mistérios do que atualmente. Pouco se sabia do país e muitas
curiosidades envolviam o dia a dia da chamada "Cinderela Espanhola".
No livro, o que seria a rotina de Anita é esmiuçada. Sem deixar de encantar o
brilho da realeza, mas trazendo consigo a dura vida de Anita que além de muito
ouro e pedras preciosas, era carregada de marginalização, pela família do rajá,
pela sociedade britânica e por todos os que não a consideravam mulher oficial
de seu marido indiano.
É por conta desse livro que sua história
tornou-se popular na Espanha e ela tornando-se uma figura mitológica em seu
país de origem. Porém, não é para menos, um marajá de modos europeus, fã da
cultura europeia, amante de Paris, se apaixona por uma espanhola, cristã,
totalmente diferente das mulheres de seu mundo, e não só isso, a leva consigo
para que se torne sua princesa. Não é algo que acontece todo dia.
Anita nunca foi realmente reconhecida como
marani (princesa) oficial de Kapurthala, mas seu esposo, Jagatjit Sigh, a
tratou assim por muitos anos, dando a ela seu amor, atenção e as joias mais
belas que poderia proporcionar. Conforme o livro avança vemos que esse encontro
entre Ocidente e Oriente é muito delicado e nem sempre se desenrola como o
esperado, mas, de forma geral, acaba bem.
Moro, autor do livro, se diz um apaixonado
pela Índia e é possível percebemos isso conforme as páginas de Paixão Índia
avançam. Porque não é só da história de Anita que se formam as linhas do livro,
mas a de seu marajá e, também, de muitos outros que reinaram na mesma época que
Jagatjit e que constituem exemplos de ouro para entender um pouco da complexa
Índia. Em Paixão Índia, somos presenteados não apenas com uma história de amor
repleta de momentos notáveis, mas também de pinceladas sobre a cultura indiana,
muito difícil de compreender, mais complicada ainda de penetrar, mas
indiscutivelmente bonita.
A história envolve porque aprendemos a
entender a Índia, os marajás, muitas manifestações culturais e o povo indiano
juntamente com Anita e torcemos por ela, para que consiga vencer as barreiras
que são impostas á ela e que seja feliz em um país tão distante e diferente do
seu de origem.
É uma obra deliciosa de ler e inacreditável,
paradoxalmente, se levarmos em conta que é real. Recomendo Paixão Índia para
qualquer um, porque, com certeza, é possível se divertir, aprender sobre a
Índia e sobre a vida tudo isso em algumas páginas desse livro muito encantador,
como a própria Índia.
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