terça-feira, 19 de abril de 2016

PIOTR ILITCH TCHAIKOVSY – UM DOS MAIORES COMPOSITORES DO MUNDO



Arte musical: um compositor russo




Viveu atormentado. Sobre a sua sexualidade escrevia em diário, pessoal: “O que posso fazer para ser normal?”



Piotr Ilitch Tchaikovsky (em russo Пётр Ильи́ч Чайко́вский, por vezes, traduzido Pyotr Ilyich Tchaikowsky); (Kamsko-Wotkinski Sawod, atual Tchaikovsky, 7 de maio de 1840  São Petersburgo, 6 de novembro de 1893) foi um compositor romântico russo que compôs géneros como sinfonias, concertos, óperas, ballets, para música de câmara e obras para coro para liturgias da Igreja Ortodoxa Russa. Algumas das suas obras encontram-se entre as mais populares do repertório erudito. Este foi o primeiro compositor russo a conquistar fama internacional, tendo sido maestro convidado no final da sua carreira pelos Estados Unidos e Europa. Como exemplo pode considerar-se o concerto inaugural do Carnegie Hall de Nova Iorque, em 1891. Tchaikovsky foi honrado em 1884 com uma pensão vitalícia pelo Imperador Alexandre III.

 Tchaikovsky - criança

Tchaikovsky foi educado para ter uma carreira como funcionário público. Na sua época as oportunidades para se ter uma carreira musical (na Rússia) eram escassas e não existia um sistema público de educação musical. Quando surgiu a oportunidade, ingressou no Conservatório de São Petersburgo, onde se graduou em 1865.

 Adolescência

 A sua vida foi preenchida por crises pessoais e depressões. Estas crises advém do facto de a sua mãe ter falecido prematuramente e do colapso da sua relação com a viúva Nadezhda von Meck. A sua homossexualidade foi sempre mantida em segredo. A sua morte prematura aos 53 anos de idade é atribuída à cólera, mas especula-se um possível suicídio.
Embora não faça parte do chamado Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) composto por compositores nacionalistas russos, a sua música tornou-se conhecida e admirada pelo seu carácter distintamente russo, bem como pelas suas ricas harmonias e vivas melodias. As suas obras, no entanto, foram muito mais ocidentalizadas que as de seus compatriotas, uma vez que utilizava elementos internacionais em simultâneo com melodias populares nacionalistas russas.
Sexualidade
Tchaikovsky possuiu claras tendências homossexuais. Alguns dos relacionamentos mais íntimos do compositor foram com homens. Procurou a companhia de outros atraídos pelo mesmo sexo em seu círculo por longos períodos, associando-se abertamente e estabelecendo conexões profissionais com eles.

 Ilyich Tchaikovsky, irmão do compositor – também homossexual
Tchaikovsky sabia das consequências negativas que o conhecimento público de sua orientação podia trazer, especialmente em sua família. Seu pai ainda esperava que o compositor se casasse (e talvez não soubesse da orientação do filho). Tchaikovsky sempre pareceu incomodado com a própria orientação. Às vezes escrevia com pesar em seu diário: “O que posso fazer para ser normal?”. Era um comportamento que se contrapunha ao do próprio irmão, Modest, que também era gay e viveu de maneira relativamente equilibrada, tendo inclusive um relacionamento de 17 anos com Nikolai Konradi (ou 'Kolia'), um menino surdo e mudo a quem tutelava. Graças à presença deste irmão também homossexual, Tchaikovsky conseguia ao menos ter um confidente.
Mesmo levando-se em conta sua situação, Tchaikovsky não negligenciou as convenções sociais e permaneceu conservador por natureza. Sua vida amorosa continuou complicada. Uma combinação de educação, timidez e profundo compromisso com os parentes o impediu de viver abertamente com um namorado ou companheiro do sexo masculino. Regularmente procurou encontros anônimos, muitos dos quais relatou a Modest, às vezes, demonstrando remorso. Também tentou ser discreto e ajustar seus gostos às convenções da sociedade russa. No entanto, muitos de seus colegas, especialmente aqueles mais próximos a ele, podem ter conhecido ou adivinhado a sua verdadeira natureza sexual. A decisão de Tchaikovsky em entrar em uma união heterossexual e tentar levar uma vida dupla foi motivada por vários fatores, a possibilidade de exposição, a disposição para agradar seu pai, seu próprio desejo de um lar permanente e seu amor pelas crianças e familiares.

 A família de Tchaikovsky
Foi durante uma crise de meia-idade, aos 36 anos, que o compositor revelou por carta a Modest, seu irmão e confidente, uma decisão contrária ao seu próprio desejo:

Agora estou passando por um período muito crítico em minha vida. Eu vou entrar em mais detalhes mais tarde, mas por agora vou simplesmente dizer-lhe: eu decidi me casar. É inevitável. Eu tenho que fazer isso não apenas para mim, mas por você, Modest, e por todos aqueles que amo. (...) Como é terrível pensar que aqueles que me amam possam, por vezes, sentir vergonha de mim. Em suma, eu procuro casamento ou algum tipo de envolvimento público com uma mulher, para calar a boca de várias criaturas desprezíveis cujas opiniões não significam nada para mim, mas que estão em posição de causar sofrimento aos que estão perto de mim.


 Foto de Antonina e Tchaikovsky durante a sua lua de mel, em 1877.
A união de fachada aconteceu na Igreja de São Jorge, em Moscovo, no mês de julho de 1877. Tchaikovsky casou-se com Antonina Milyukova, uma mulher de 28 anos, sua ex-aluna no Conservatório de Música de Moscou. Na verdade, ela o havia conhecido muito antes, quando tinha apenas 16 anos, na casa de amigos. Foi lá que se apaixonou platonicamente por ele, decidindo largar tudo pra estudar música ao seu lado. Anos depois de abandonar a escola por dificuldades financeiras, ela escreveu para o compositor, declarando seu envolvimento. Foi nesta ocasião que Tchaikovsky pensou numa possível companheira por conveniência.
Questões de dinheiro e uma incapacidade para compor agravaram a situação e levou Tchaikovsky a níveis profundos de desespero. O casal viveu junto por apenas dois meses antes da crise emocional que o obrigou a deixar a cidade. Pyotr viajou para Clarens, na Suíça para descanso e recuperação. Ele e Antonina permaneceram casados legalmente, mas nunca viveram juntos novamente e nem tiveram filhos, embora Antonina mais tarde tivesse dado à luz a três filhos por outro homem.
"Somente agora, após meu casamento, começo a entender que nada é mais inútil do que não querer assumir como somos", escreveu.

Crescimento da fama
Apesar de seu desprezo por sua vida pública, Tchaikovsky agora a aceitava tanto como consequência de sua crescente fama, quanto pela obrigação pessoal que sentia em promover a música russa. O compositor também atuou como diretor da filial de Moscovo da Sociedade de Música Russa entre 1889 e 1900. Neste posto, o compositor convidou muitas celebridades internacionais para conduzir a orquestra, inclusive Johannes Brahms, Antonín Dvořák e Jules Massenet, embora nem todas tivessem aceitado.
Tchaikovsky também promoveu a música russa como condutor, procurando estabelecer-se no mundo musical por pelo menos mais uma década. Pyotr estava em demanda considerável por toda a Europa e Rússia, o que o ajudou a superar o medo do palco e aumentou sua autoconfiança. Sua condução o trouxe para a América em 1891, onde liderou a Sociedade de música de Nova Iorque em março, no concerto inaugural do Carnegie Hall.
Em 28 de outubro de 1893 Tchaikovsky realizou a estreia de sua Sexta Sinfonia, a Patética em São Petersburgo. Nove dias depois, o compositor morreu aos 53 anos. Foi enterrado no Cemitério Tikhvin no Mosteiro Alexander Nevsky, perto dos túmulos dos companheiros compositores Alexander Borodin, Mikhail Glinka e Modest Mussorgsky, mais tarde Rimsky-Korsakov, Balakirev também foram enterrados nas proximidades.
Falecimento – provável causa
Até hoje, a cada biografia sobre a vida do compositor, surge uma nova teoria ou detalhe sobre a causa de seu falecimento. Embora a morte de Tchaikovsky, tradicionalmente, tenha sido atribuída à cólera, provavelmente contraída através da água potável contaminada, se apresentam teorias diferentes. Já foram descritos casos de supostos assassinatos ou suicídios.

 A última casa onde Tchaikovsky morou, em Klin.
Nesta última linha, uma surpreendente hipótese foi revelada pela musicóloga soviética Alexandra Orlova em 1978. Segundo sua apuração, um membro da aristocracia russa havia escrito uma carta direcionada ao czar Alexandre III acusando Tchaikovsky de seduzir e manter um relacionamento sexual com seu sobrinho de 17 anos. A carta, porém, não foi entregue diretamente ao czar, mas aos cuidados de um funcionário, Nikolay Jacobi, que coincidentemente estudou com Tchaikovsky na Escola de Direito de São Petersburgo.

 Quebra Nozes – Tchaikovsky
Escandalizado com o conteúdo da correspondência e temendo que a história manchasse a reputação da Escola, Jacobi não entregou a carta. Preferiu instituir uma corte de honra incluindo outros seis companheiros da Instituição para discutir o assunto e tomar uma decisão. Foi assim que convocaram Tchaikovsky para uma reunião que durou cerca de cinco horas. Nela, induziram o compositor a dar fim à própria vida antes que o pior acontecesse. Caso a denúncia se tornasse pública, Tchaikovsky poderia ser exilado, perderia seus direitos civis e teria sua imagem manchada para o resto da vida, prejudicando familiares, ex-alunos, amigos e companheiros. Ao sair da reunião cambaleante e pálido, o compositor teria decidido ingerir arsênico, morrendo no dia 6 de novembro de 1893. Por ser considerada uma versão aparentemente sensacionalista, muitos historiadores questionam essa hipótese, mesmo que ela tenha sido confirmada por alguns conhecidos de Tchaikovsky.

Origem: Wikipédia




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