Ciência: ilusão de ótica
Da
BBC Mundo
Você consegue ver alguma figura na
imagem acima?
Não
se preocupe se não estiver identificando nada: a não ser que você já conheça a
imagem, é provável que só esteja vendo manchas pretas.
O
curioso é que, quando se consegue finalmente ver o que parece estar escondido,
não se deixa de vê-lo. Você pode conferir isso no final do texto: colocamos a
"solução" abaixo para não estragar a surpresa.
Este
é um fenômeno que demonstra a capacidade de nosso sistema visual de organizar o
que vemos em uma forma compreensível.
Mas
há outro aspecto interessante: há pessoas que estão lendo isso sem entender por
que alguns não veem o que para elas é óbvio.
Elas
não precisam ir até o fim do texto para encontrar a figura escondida.
Fixe
os olhos no ponto que está no centro, que fica verde e vermelho.
Você
vê os pontos amarelos? O tempo todo?
Se
ele desaparece em alguns momentos, você teve uma ilusão de ótica: os pontos
amarelos estão na imagem o tempo todo.
Essa
é uma criação do especialista no tema Michael Bach, que não apenas estudou as
ilusões óticas como também tem um site no qual coleciona exemplos e os explica.
"Como
cientista, as ilusões servem para pôr a prova o grau em que entendemos nossa
percepção visual", disse ele à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
A
premissa é a seguinte: quando uma pessoa não vê bem o que está longe, tem
miopia. Quando, depois de uma certa idade, deixa de ver o que está perto, tem
hipermetropia. Mas, se você deixa de ver algo que está bem na sua frente, será
que isso também não significa um problema de visão?
Além
disso, como explica Bach, "no caso de muitas ilusões, há uma porcentagem
de pessoas que simplesmente não as veem, normalmente por razões ainda
desconhecidas".
Ele
mesmo deu a isso o nome de "cegueira induzida por movimento". Se não
vemos, ainda que momentaneamente, algo que está ali, temos algum problema
visual?
O
especialista assegura que não. Ele diz em seu site que não gosta do termo
"ilusões de ótica" porque "soa pejorativo, como se tivesse
expondo uma falha no sistema visual".
"Na
verdade, considero que esses fenômenos realçam como esse sistema é bom em se
adaptar: parte da base de experiências visuais normais e por isso, em contextos
pouco usuais, pode resultar em interpretações inapropriadas da cena
visual."
De
fato, disse ele à BBC Mundo, as ilusões de ótica nos ensinam
"humildade".
Além
disso, nos mostram como "o cérebro reconstrói um 'mundo interno' com muito
pouca informação, guiado pela experiência, e ocasionalmente isso falha".
Agora
que esclarecemos a preocupação, podemos voltar à diversão.
A espiral de Fraser
Esta foi
criada em 1908 pelo psicólogo britânico James Fraser. Você vê a espiral? Tem
certeza?
Mas não é uma espiral. É uma
ilusão conhecida como "a falsa espiral" ou pelo nome original "a
ilusão do cordão retorcido".
Iluminação
Parece
que o quadrado está respirando? Ele se aproxima de você e depois se afasta?
Todos
os discos mudam de luminosidade individualmente, indo lentamente do preto para
o branco, e vice-versa.
Isso
cria a ilusão desenvolvida pelo neurobiólogo de olhos Frank Schäffel para
estimular a acomodação sem mudanças de foco nem de movimento.
E,
antes de terminar, o prometido:
Aqui está
o dálmata. Se você não tinha visto, agora não vai mais deixar de ver (se quiser
testar, volte à imagem inicial)
Todas as ilusões de ótica são cortesia de Michael
Bach.
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