Arte pictórica
Publicado por diana ribeiro
“Gosta de
cores, comer algodão doce, ouvir as ondas do mar, cheirar e tocar em livros
novos. Não dispensa o uso de nenhum dos sentidos.”
Rolf Armstrong foi um
artista americano que sempre se encantou pelo brilho da sociedade e pela beleza
das pessoas, principalmente a das mulheres. E é nesta combinação de gostos que
surgem as suas famosas pin-ups: um hino ao carácter feminino determinado e
corajoso, sem que ao mesmo tempo perca a sua elegância e “angelical”
sensualidade.
Ao longo de toda a sua vida, Rolf Armstrong
não descurava uma das suas mais conhecidas qualidades: a perfeição. Por volta
de 1920, quando o convidaram a pintar os seus trabalhos a partir de
fotografias, recusou.
Já tinha estudado em Chicago e Nova Iorque,
depois em Paris, e tinha montado o seu próprio estúdio em Greenwich Village,
onde começou a trabalhar nas conhecidas imagens. Ao mudar-se para Minneapolis,
foi para a Brown and Bigelow estudar produção de calendários, onde aprendeu
todas as técnicas e detalhes de edição. Foi aí que afirmou querer a mesma
frescura e o mesmo colorido nas suas pinturas, como se estas fossem reais. Para
isso, era necessário um modelo vivo e não uma simples fotografia.
Durante
as décadas de 20 e 30, várias estrelas, principalmente atrizes conhecidas,
posaram para os seus retratos: Mary Pickford, Greta Garbo, Marlene Dietrich,
Katherine Hepburn... O
seu trabalho começou a ser capa de peças de teatro e de vários filmes. Em 1926,
a “Pictorial Review” vendeu mais de dois milhões de exemplares por edição,
graças às contribuições de Rolf. Um ano depois, tornou-se o “artista de calendário”
mais conhecido. Eram sobretudo atrizes e modelos que serviam de inspiração:
bonitas, elegantes, confiantes e com um toque de “boneca sexy”, marcavam a
diferença e garantiam o sucesso ao artista. As pin-up, como se chamavam por
serem imagens de calendário que era “pendurado”, começaram também a ser usadas
para fins comerciais, fazendo publicidade a alguns produtos.
Em 1933, a empresa Thomas D. Murphy
encomendou a Armstrong uma série de dez pinturas específicas para a sua linha.
Para garantir a luz e os tons brilhantes, dos quais não prescindia, era
frequente pintar as suas modelos ao ar livre e sobretudo sob o calor do sol.
Cores pastéis, lápis, carvão e vários óleos eram os materiais que mais usava.
Em plena Segunda Guerra Mundial era comum entrar em vários estabelecimentos,
principalmente oficinas, e dar de caras com algumas pin-up na parede.
Em 1943, Armstrong juntou-se a outros
artistas da época numa conferência de imprensa em Minneapolis, e as perguntas
sobre o porquê de insistir somente em modelos vivos não paravam de surgir. A
resposta foi esta: “When I paint, I want the living person in front of me. As I
look at her again and again and again while I work, I get a thousand fresh,
vivid impressions... all the glow, exuberance, and spontaneous joy that leaps
from a young and happy heart." (“Quando pinto, eu quero a pessoa viva à minha
frente. Poder olhar para ela, uma e outra vez enquanto trabalho, sinto a
frescura e impressões reais… todo o brilho, exuberância e a alegria espontânea,
que saem de um coração jovem e feliz”.
Armstrong morreu em 1960, no Havaí, deixando
como legado uma das mais características expressões da cultura pop.
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