Literatura: artigo
Publicado por Marcel
Camargo
"Escrever
é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".
Não se conforme com
agressões gratuitas, amizades fajutas, relacionamentos doloridos, amor
incompleto, desprezo disfarçado, assédio diário. Não podemos receber menos do
que merecemos, nem em casa, nem no trabalho, nem na rua, tampouco aqui dentro
de nós.
Para que possamos viver com certa serenidade
e paz de espírito, pelo menos durante algumas horas do dia, necessitaremos
ignorar certas coisas e determinadas pessoas, bem como aceitar muito daquilo
que não pode ser mudado. No entanto, isso não significa que podemos tão somente
nos levar ao sabor dos ventos, aceitando tudo o que ocorre, de forma menos
resignada do que alienada.
As mudanças que se efetivam em qualquer setor
da vida, seja no social, familiar, educacional, político, seja aqui dentro da
gente, dependem de um sentimento de incômodo, de não aceitação daquilo que
desagrada. Podemos mudar, sim, o rumo de vários acontecimentos à nossa volta,
tanto quanto a rota que estamos tomando para nossa jornada, o que dependerá
primeiramente de nosso inconformismo. É preciso indignar-se.
Entretanto, passar os dias reclamando de tudo
e de todos, sem mover uma palha para que algo possa mudar de direção, bradando
aos quatro ventos passivamente, criticando sem propor solução alguma, não será
útil nem producente. O inconformismo sempre deverá se acompanhar de ações, de
reflexão, de tomada de decisões, para que possamos intervir no que incomoda e
assim conseguir promover as mudanças necessárias.
Não podemos nos conformar com as injustiças
sociais, com a corrupção política, com um sistema excludente, com o
sucateamento da educação pública. Não podemos aceitar agressões gratuitas,
amizades fajutas, relacionamentos doloridos, amor incompleto, desprezo
disfarçado, assédio diário. Não podemos receber menos do que merecemos, nem em
casa, nem no trabalho, nem na rua, tampouco aqui dentro de nós mesmos.
Importante, nesse sentido, analisarmos o que
em nós contribui ao perpetuamento dos incômodos, pois também somos responsáveis
pelo que nos acontece – não podemos nos furtar dessa responsabilidade sobre
nossas próprias vidas. Da mesma forma, será necessário atentar para o que nos
incomoda aqui dentro de nós, pois a tranquilidade de nossos sentidos e nosso
respirar sereno nos ajudarão a tentar mudar o mundo lá fora.
Como se vê, a revolta por si só,
desacompanhada de ações, será improdutiva. Daí a necessidade de termos por
perto quem nos darás as mãos, quem nos apoiará em nossas decisões, acreditando
em nossas verdades e nos ajudando a não estacionarmos nossas vidas na falsa
zona de conforto. É assim que a roda gira. É assim que a gente avança.
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