Leia o
artigo abaixo sobre política brasileira
DIA 11 DE OUTUBRO DE
2016
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Epígrafe
Dica do dia
22 de setembro de 1962
Diogo
Briso Mainardi é um escritor, produtor, roteirista de cinema e colunista
brasileiro. Nos últimos anos, tornou-se um conhecido nome no Brasil,
principalmente devido à divulgação de sua coluna semanal na revista Veja, onde
tece críticas à sociedade brasileira e às tendências políticas em geral.
POLÍTICA BRASILEIRA
ROBERTO JEFFERSON FOI ATRAÇÃO DO JANTAR DE TEMMER
Josias de Souza
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O
jantar
Jefferson
Depois
de Marcela Temer, que recepcionou os convidados ao lado do marido na entrada do
Alvorada, a pessoa que mais chamou a atenção no jantar oferecido por Michel
Temer aos aliados na noite deste domingo foi Roberto Jefferson. Ele não pisava
os mármores palacianos de Brasília havia mais de 11 anos, desde que pendurou o
mensalão nas manchetes, em 2005.
Jefferson
preocupou-se em documentar minuciosamente o seu retorno. Tirou fotos desde o
instante em que chegou, perto das 19h, até o momento em que deixou a residência
presidencial, pouco antes das 23h. Aos pouquinhos, o algoz do PT vai
reconquistando um lugar na cena política. Mesmo sem mandato, Jefferson havia
escalado na semana passada a tribuna da Câmara. Discursara numa sessão em
homenagem ao centenário de Ulysses Guimarães.
Vivo,
Ulysses gostava de dizer que “político é como cozinheiro: quem faz o melhor
bocado nem sempre o come.” Jefferson, por exemplo, jacta-se de ter levado ao
caldeirão os principais ingredientes da mistura em que o PT se dissolve. E não
comeu senão o pão que satã amassou. Teve o mandato passado na lâmina, foi
condenado a 7 anos de prisão e amargou 14 meses de cana dura.
A
cozinha do Alvorada não chega a proporcionar experiências gastronômicas
transcendentais. Entretanto, para alguém com o histórico de Jefferson, um
ex-aliado de Lula que havia cuspido num prato em que já não podia comer, o
repasto oferecido por Temer teve gosto de ressurreição. Depois de padecer as
provações, Jefferson está novamente pronto para sofrer na própria pele
vantagens insuportáveis.
Jefferson
foi, por assim dizer, reabilitado pelo Supremo Tribunal Federal, que concedeu
no último mês de março um indulto de sua pena. Reassumiu a poltrona de
presidente do PTB federal, que cedera temporariamente à filha, a deputada
Cristiane Brasil (RJ). Sob sua batuta, o partido segue a partitura do Planalto.
Ajudará a aprovar a emenda constitucional que congela os gastos federais por 20
anos, prato principal do jantar de domingo.
O pajé vitalício do PTB compartilha da tese do
governo, segundo a qual a alternativa ao ajuste fiscal é o caos. Horas antes do
jantar do Alvorada. Jefferson levara a ar, no blog que mantém
na internet, uma nota que ecoava notícia sobre um estudo
feito pela Consultoria Tendências.
Jefferson
anotou: “O estudo revela que haverá expansão da pobreza mesmo que o PIB do
Brasil volte a crescer. E os petistas ainda têm a cara de pau de falar em
‘ataque a direitos sociais’ e em ‘retrocessos’, além de outras mentiras. Foi o
PT que demitiu 12 milhões de brasileiros de seus empregos, e rasgou a CLT. Para
a esquerda, trabalhador é mera retórica.”
Há
dois meses e meio, quando um juiz do Distrito Federal transformou Lula em réu
no processo em que ele é acusado de obstruir a Justiça, Jefferson se colocou
nos sapatos do ex-aliado. ''Não é fácil o que ele vai passar, não. Eu já passei
por isso e sei bem. É ruim.''
Como
que antevendo para Lula um futuro semelhante ao seu passado recente, Jefferson
se absteve de tripudiar. ''Ele tem meu respeito como ser humano. Não é uma
satisfação, não desejo isso para ninguém. Não quero julgar ninguém, desejo a
ele força para que possa enfrentar isso de cabeça erguida.''
Desde
que Jefferson fez essas declarações, Lula foi indiciado pela Polícia Federal
noutro inquérito, amargou uma denúncia da força-tarefa de Curitiba e foi
reenviado ao banco dos réus, dessa vez por Sergio Moro, o juiz da Lava Jato. Às
voltas com o petrolão, que é uma espécie de mensalão hipertrofiado, Lula está
mais próximo da carceragem paranaense do que de uma nova candidatura
presidencial.
Quanto
a Roberto Jefferson, voltou a frequentar os salões do poder, agora sob a
administração seminova de Michel Temer. Ainda não provou do “melhor bocado” de
que falava Ulysses Guimarães. Mas o seu PTB já controla o Ministério do
Trabalho, terceirizado ao deputado licenciado Ronaldo Nogueira (PTB-RS).
Temer e sua jovem esposa (primeira dama do país)
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