Psiquiatria:
(patologia)
Misoginia (do grego μισέω, transl. miseó, "ódio";
e γυνὴ, gyné, "mulher")
é o ódio, desprezo ou repulsa ao gênero feminino e às características a ele
associadas (mulheres ou meninas). Misoginia é o
correlato oposto à misandria e antônimo de filoginia, que é o apreço, admiração ou amor pelas mulheres,
embora o termo "filoginia" possa ser considerado preconceito benevolente.
De acordo com o sociólogo Allan G.
Johnson, "a misoginia é uma atitude cultural de ódio às mulheres porque
elas são femininas." Johnson argumentou que: "A [misoginia] é um
aspecto central do preconceito sexista e ideológico, e, como tal, é uma base
importante para a opressão de mulheres em sociedades dominadas pelo homem. A
misoginia é manifestada em várias formas diferentes, de piadas, pornografia e
violência ao autodesprezo que as mulheres são ensinadas a sentir pelos seus
corpos."
Michael Flood define a misoginia como o ódio às mulheres,
e observa: "A misoginia funciona como uma ideologia ou sistema de crença
que tem acompanhado o patriarcado ou sociedades dominadas pelo homem por
milhares de anos e continua colocando mulheres em posições subordinadas com
acesso limitado ao poder e tomada de decisões. [...] Aristóteles sustentou que mulheres existem como
deformidades naturais e homens imperfeitos [...] Desde então, as mulheres em
culturas Ocidentais tem internalizado seu papel como bodes expiatórios da
sociedade, influenciadas no século 21 pela objetivação das mesmas pela mídia
com seu autodesprezo culturalmente sancionado e fixações em cirurgia plástica,
anorexia e bulimia."
Elder Hosokawa diz que a palavra Misoginia, entre
outros significados, como ódio ou aversão às mulheres ou ao contato sexual com
elas. Tania Torres fala que a palavra é derivada do verso de Aristófanes (Lisístrata
1018), no qual o corifeu declara: egô misôn gynaikas, "porque
eu odeio as mulheres".
Alguns autores apontam que há, historicamente, uma
tendência quase universal de se reduzir a humanidade ao termo "o
homem" e a transformar e considerar as experiências masculinas como as
experiências de todos os humanos, tanto para homens quanto para mulheres, sem
dar o reconhecimento completo e igualitário à experiência feminina, postura que
reflete um comportamento androcêntrico (propensão
a supervalorizar o ponto de vista masculino). [4] Como exemplo temos a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, que só mais recentemente passou a
ser referida como Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O conceito de misoginia repercutiu em diversas
áreas de estudo, como a psiquiatria, psicologia, psicanálise, filosofia, sociologia, antropologia, etc.
Segundo Rita Maria Brudniewski Granato, a misoginia também pode ser definida como
um transtorno psíquico, onde
o misógino está envolvido num conflito entre a necessidade do amor de uma
mulher e o medo profundo e arraigado das mulheres. Suas necessidades de
intimidade com uma mulher estão misturadas com o medo de que ela possa
aniquilá-lo emocionalmente, como foi em sua história pregressa. Suas
experiências infantis é que geraram esse medo latente e inconsciente. A maneira
como os pais se relacionam entre si e com os filhos poderia gerar o
comportamento misógino.
Misoginia na Grécia
Na antiga Grécia, a mulher estava sempre sujeita à
autoridade de um homem. Para os gregos, a mulher se apresenta como naturalmente
inferior ao homem, razão pela qual o matrimônio não previa relação
necessariamente amorosa. Aristóteles a vê como um homem defeituoso e afirma que
o feto feminino necessita de oitenta dias para receber sua alma, enquanto o
feto masculino faz na metade desse tempo. À mulher estava destinada ao espaço
privado do lar, enquanto o espaço público era ocupado pelo homem.
Misoginia na Idade Média
Na Idade Média a honra, o prestígio e a religião
formavam a base da conduta do homem. Esta última mantinha o controle sobre o
matrimônio e a reprodução. Sem o direito ao conhecimento as filosofias
religiosas solidificaram a ideia de bruxaria como pretexto para controlar o
conhecimento das mulheres. Mesmo no Renascimento e nos séculos XVIII e XIX,
conhecida como a época da ciência e do desenvolvimento humano, não houve
modificações substanciais na vida da mulher, que permaneceu como reprodutora e
tendo como base a religião.
Misoginia na modernidade
Na Modernidade um dos aspectos importantes da
misoginia é a violência contra a mulher, aceita e em alguns casos apoiada pelo
aparato jurídico e referendada pela separação entre público e privado. Há
também a questão do aborto seletivo em razão do sexo, praticado em nações como
China e Índia.
Olá, amigo que o quadrinho chama de "Feminismo radical" tem um outro nome. Se chama Femismo.
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