Folclore –
personagem da cultura portuguesa herdada pela brasileira
Pedro Malasartes, ou das Malasartes ou ainda Malasarte e
Malazarte é um personagem tradicional da cultura portuguesa e da cultura brasileira. Foi muito apreciado pelas gerações dos
séculos XIX e metade do século XX. Nesses período não havia quem não o
conhecesse. Seus “causos” corriam todo território brasileiro passados pelo
boca-a-boca.
Segundo Câmara Cascudo "Pedro Malasartes é figura tradicional
nos contos populares da Península Ibérica, como exemplo de burlão invencível,
astucioso, cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e
sem remorsos." A menção mais antiga do personagem é na cantiga 9418 do Cancioneiro da Vaticana, datado do século XIII e XIV.
Variantes culturais deste personagem surgem noutras
regiões da Europa, como Pedro Urdemales em Castela, Till
Eulenspiegel na Alemanha e Pedro de Urdes Lamas na
Andaluzia.
Na cultura brasileira:
Duas
óperas brasileiras tem o personagem por protagonista: Malazartes de Oscar Lorenzo Fernández e Graça Aranha, e Pedro Malazarte, de Mozart Camargo Guarnieri e Mário de Andrade.
O
personagem chegou ao cinema em As Aventuras de Pedro Malasartes, de 1960, com Mazzaropi no papel principal.
O comediante brasileiro Renato Aragão honrou a influência do personagem em seu
trabalho encenando Didi Malasartes no programa Renato
Aragão Especial em 1998.[3]
A
dupla caipíra Zé Tapera & Teodoro, criou uma canção chamada Pedro Malazarte
Pedro
Malasartes também foi personagem da série infanto-juvenil O Sítio do Pica-Pau Amarelo, interpretado pelo comediante Canarinho.
A Cia.
Circunstancia, grupos de circo-teatro de Belo Horizonte - MG, lançou em 2013 o
espetáculo "De Mala às Artes - Um espetáculo sobre Pedro Malasartes "
onde interpretam algumas histórias do Pedro Malasartes, com direção do Rodrigo
Robleño. Neste mesmo ano este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte
Myriam Muniz onde puderam excursionar pelo norte do Brasil.
Roberto DaMatta, em seu livro Carnavais, malandros e
heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro, dedicou um capítulo (V),
intitulado "Pedro Malasartes e os paradoxos da malandragem", a uma
análise a sua origem, a construção do mito e seu processo como mediador entre a
honestidade e a vingança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário