sexta-feira, 18 de novembro de 2016

COMER, REZAR, AMAR: UMA ODE AO AUTOCONHECIMENTO

Cinema

  
Publicado por Renata Moreira


Talvez comer, rezar e amar sejam três ingredientes de sucesso para conhecer a si mesmo em uma viagem. Com o destino a sua livre escolha, a sua bagagem de mão não vai ser aquela que mais importa...





Que tal largar tudo aquilo que te liga a um presente seguro, taxativo e rotineiro e se entregar a uma viagem pelos campos mais longínquos e inóspitos do seu próprio eu? Sim! Foi o que fez a protagonista, Liz, em “comer, rezar, amar”. Somos rodeados por cenas cotidianas que costumam fazer parte do nosso dia a dia de maneira tão repetitiva, que nos tornamos reféns de todo aquele roteiro pré estabelecido: casa, trabalho, escola, lazer, compromissos. Esse fato faz com que a nossa atenção deixe de se voltar para as pequenas coisas que nos motivam e nos representam, para considerar relevante apenas o que nos rodeia e se faz utilitariamente necessário para construir um dia após o outro, nesse mar de eternos compromissos.
Determinada a abandonar a sua zona de conforto, Liz, interpretada pela atriz Julia Roberts, segue por uma trajetória de autoconhecimento onde se abre verdadeiramente e acredita que todos os acontecimentos, ocorridos durante a sua viagem, são compostos por significados que podem agregar valor à sua trajetória de alguma maneira. Ela aprecia o prazer da gastronomia na Itália; o grande poder da oração na Índia e a paz interior em Bali, onde conhece, como que pela força do destino, o seu verdadeiro amor.
Pode parecer só mais uma história saída direto de mais um daqueles filmes clichês, onde mil e uma situações inusitadas acontecem para que, no fim, o romance prevaleça e o protagonista viva “feliz para sempre” com o seu verdadeiro amor. Mas há algo de peculiar nessa história que a torna humana, que nos aproxima da realidade cinematográfica e nos motiva a viver uma aventura de autoconhecimento.
Estamos todos movidos a mil por hora, com a cabeça aonde o corpo não está e imersos em pensamentos futurísticos que nos inundam em nosso próprio amanhã. Através do filme, inspirado no best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert, é possível perceber os inúmeros benefícios advindos de uma atitude de transformação. Isso não é uma regra, já que a vida não é composta de padrões, mas uma maneira de se deleitar na própria existência; de descobrir ser fantástica a companhia de si mesmo, compreendendo que a solidão não é estar aquém do resto da sociedade mas, é respeitar quem se é.
Sem ter medo das descobertas e do porvir, uma viagem - que pode ser ao redor do mundo, do seu país, da sua cidade, do seu bairro ou de si mesmo – possibilita a compreensão interna de cada um. Somos poço de incertezas, dúvidas, pormenores, mas há algo a se pensar: por meio dos pontos de interrogação, descobrimo-nos reticências e, munidos por interjeições combinadas com uma expressiva exclamação, entendemos que o ponto final é só o início de uma nova f(r)ase.





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