Literatura
Publicado por Pamela Camocardi
“É professora,
palestrante e teimosa. Idealizadora do site ¨Entrelinhas Literárias¨, tem a
péssima mania de transformar em textos palavras que não deveriam ser ditas.”
A pior das torturas
psicológicas é conhecida por “e se”. E se o amor da sua vida estivesse a um
passo da sua atitude? E se você tivesse enviado aquela mensagem? E se você tivesse
realizado seus sonhos de criança? E se… E se… E se….?
O medo da rejeição ou do
fracasso faz com que o ser humano viva no “quase” por toda a vida, sem entender
que é o quase que fere, que ilude, que entristece. Faz com sonhos sejam
esquecidos, planos não sejam cumpridos e projetos não sejam executados. Por
medo, o homem deixa de viver. “De todas as paixões baixas, o medo é a mais
amaldiçoada” (Shakespeare).
Quase amor não é amor. Quase perdoar não é
perdoar. Quase emagrecer não é ficar magra. Então por que as pessoas insistem
nesse estado de incertezas? Sempre irá existir a possibilidade da rejeição, a
possibilidade de dar tudo errado e, acredite, você não irá morrer por isso.
Sabedoria vem com os conhecimentos empíricos adquiridos dia a dia e preferir a
comodidade do “não” por medo de tentar, é covardia.
Sarah Westphal afirmava que “sobra covardia e
falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo
trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor,
sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar
não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada
não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada
um traz dentro de si.”
Acreditar
e realizar não é tarefa para muitos. Exige-se coragem e liberdade para possíveis
consequências. Uma famosa frase de Freud define bem esse comportamento humano:
“a maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois liberdade envolve
responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade.”
É necessário não temer a queda para que se
aprenda a levantar. Não temer a vida quando ela se apresentar de forma plena.
“Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda um passo de dança, do medo
uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro!” (Fernando Sabino)
De erro em erro construímos nossa sabedoria.
De queda em queda aprendemos a voar. De saudade em saudade, criamos a nossa
história de vida. Então, separa sua mochila, aperte seus calçados e vá atrás de
seus sonhos. Deixe o seu “quase” e sua insegurança pra trás. Há alegrias que só
veem depois de muitas lágrimas mesmo.
© obvious: http://obviousmag.org/conversa_literaria/2016/pior-que-a-conviccao-do-nao-e-a-incerteza-do-talvez.html#ixzz4QSKlZSec
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