Série: Pintores baianos
Biografia
Carlos Frederico Bastos (Salvador BA 1925 - idem 2004). Pintor, ilustrador, cenógrafo. Inicia sua formação artística na Escola de Belas-Artes da Universidade da Bahia, onde ingressa em 1944 e assiste às aulas de João Mendonça Filho, Raymundo Aguiar e Alberto Valença. Nesse ano, participa, ao lado de Mario Cravo Júnior e de Genaro, da 1ª Mostra de Arte Moderna da Bahia. Muda-se para o Rio de
Comentário Crítico
O cenário da obra de Carlos Bastos é a Bahia, que ele representa com franca postura realista. Valendo-se de desenho minucioso e forte colorido, suas telas explicitam compromisso com o registro da região e sua cultura. Nesse sentido, sua produção dialoga com a de outros artistas atuantes na Bahia como Carybé, Genaro, Mario Cravo Júnior e Jenner Augusto. Os retratos ocupam lugar destacado na década de 1940 (Auto-Retrato, 1943, Retrato de Wallace Michael, 1948, e Mulher com Gato, 1948), permanecendo filão importante na obra madura (Retrato de Nair e Genaro, 1961, e Retrato de Maria Emília, 1971). As festas - outro eixo temático bastante explorado - fornecem novas possibilidades para a expressão da cor e da vida local (A Procissão, 1947, Festa Cívica, 1958, Procissão do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, 1973/1975, e Festa de São Pedro em Praia do Forte, 1995). Também as figuras populares, negros, meninos abandonados, jogadores etc. são frequentemente convocados a compor telas de cores exuberantes e/ou extensos painéis. O universo religioso, católico e afro-brasileiro, ocupa lugar destacado no interior desse leque temático.
Se a pintura é uma das grandes expressões de Bastos, seu nome está
ligado aos murais e painéis que realiza para edifícios públicos que almejam
figurar a alma mística do povo, seus símbolos e crenças. Ainda que atento à
dimensão social, sua preocupação maior são formas, corpos, linhas e cores, o
que leva diversos críticos a sublinharem a "sensualidade" dessas
obras. Nos termos de Roger Bastide: "O que impressiona o espectador, antes
de mais nada, é a sensualidade que não é como no expressionismo alemão, por
exemplo, uma revolta contra a moral burguesa, mas que é espontânea, natural.
Sensualidade da cor, que o leva a não temer o decorativismo".
Eis algumas de suas obras-primas:
Nenhum comentário:
Postar um comentário