terça-feira, 5 de novembro de 2013

O MUNDO MARAVILHOSO DA QUÍMICA

Henry Thomas

O mistério dos elementos
CONTEMPLAI as numerosas coisas que nos cercam, madeira, ferro, cobre, aço, vidro, porcelana, areia, ar, vapor, água, e assim por diante. Ora, quantas coisas diferentes supondes que existem? Inúmeras, sem dúvida. Mas quantas coisas elementáis diferentes existem no mundo?
Uma das mais notáveis realizações da ciência foi ter provado que todos os ilimitados objetos deste mundo podem ser formados justamente de 92 elementos, nem mais nem menos. Há apenas 92 materiais de construção na natureza e com estas substâncias elementais tudo pode ser construído desde o menor grão de areia à mais gigantesca das estrelas.

Alguns destes materiais elementares de construção todos nós conhecemos. O oxigênio e o azoto constituem a maior parte do ar que respiramos. Reconhecemos o clarão vermelho do neônio e o cintilar azulino dos traços de mercúrio. Lembramo-nos de que o hidrogênio e o hélio são empregados para encher os Zepelins; o ferro, o enxofre e o cromo são-nos bastante familiares. Mas alguns dos outros elementos químicos, como o rubídio, o háfnio, o praseodímio e o actinio, para só mencionar alguns, são um pouco mais estranhos à nossa experiência comum.
À história da descoberta dos elementos é uma das mais fascinantes sagas do mundo. Mesmo no tempo de Aristóteles, a hipótese de que todas as coisas se originavam de um comparativamente pequeno número de elementos já ia bem adiantada. Mas somente quase dois mil anos mais tarde é que este fato foi estabelecido como uma definitiva lei da natureza. E então começou a lenta pesquisa para isolar todos os elementos. A princípio, seu número era desconhecido. O químico russo, Mendeléeff foi dos primeiros a indicar que seu número deveria parar em 92 e isso muito antes que os atuais 92 tivessem sido estabelecidos! Mesmo nos dias de hoje, dois destes elementos químicos estão perdidos: ninguém conseguiu isolar ainda os elementos número 85 e 87.
Como é que com apenas 92 elementos, ou materiais de construção, podemos ter a complexidade de materiais de que hoje gozamos, para não falar dos novos objetos que estão sendo descobertos ou criados quase que de hora em hora? Esta infinita variedade de substâncias é devida à espantosa facilidade com que a natureza permitiu que se combinassem em inumeráveis formas de 92 elementos. Um elemento é, por definição, uma substância formada de um simples constituinte. Pouquíssimas coisas materiais no mundo são constituídas dum simples elemento. A maior parte das substâncias que conhecemos é composta duma combinação de elementos. A água, por exemplo, é uma combinação de hidrogênio e oxigênio. O aço é composto em grande escala de ferro, com o acréscimo de pequenos traços de carvão e silício. O vidro é um composto de silício e oxigênio.
Importante e interessante fato a notar é o seguinte: que a mesma combinação de elementos formará diferentes coisas em diferentes proporções. Assim, o carbono, o hidrogênio e o oxigênio, em determinada proporção, combinam-se para formar a aspirina; mas o carbono, o hidrogênio e o oxigênio podem também combinar-se em diferentes proporções para formar o éter, o álcool, a gasolina, o açúcar e um rol de outras substâncias. E todas essas substâncias podem ser reduzidas, por meios adequados a seus fatores elementares.
A própria química é a ciência de construir ou de alterar a matéria, com o auxílio desses pequenos materiais de construção. Férteis têm sido nossas realizações neste campo, porque, ajuntando levemente aqui ou subtraindo ali, podemos combinar velhos elementos em novos e admiráveis objetos. A maravilha que tudo isso representa pode ser avaliada pelo cabedal de novas substâncias utilizadas hoje em dia. Seda artificial, borracha artificial, celofane, celulóide, diamantes artificiais, novos materiais para cerâmica, asbestos, TNT (trinitrotoluol), eis aí pouquíssimas das realizações da arte extraordinária da química, na fabricação de novos artigos tirados dos velhos, tudo feito com o auxílio precisamente daquelas 92 substâncias, as 92 notas da escala química, na poderosa Sinfonia da Criação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário