Ciência
e tecnologia
Lente é um
elemento que atua por refração, introduzindo descontinuidades no meio em que a
luz se propaga inicialmente, e que reconfigura a distribuição da energia
transmitida, independente da frequência da luz, isto é, tanto no ultravioleta
como no domínio óptico, infravermelho, micro-ondas, ondas, rádio ou mesmo ondas
acústicas. A forma da lente irá depender do tipo de reformatação da onda
luminosa que se deseja.
Segundo
Isaac Newton, “os raios homogêneos que partem de vários pontos de qualquer
objeto e incidem perpendicularmente ou quase perpendicularmente sobre qualquer
plano refletor ou refrator ou superfície esférica divergem depois disso de
tantos outros pontos ou são paralelos a tantas outras retas ou convergem para
tantos outros pontos com precisão ou sem erro notável. E o mesmo
acontece se os raios são refletidos ou refratados sucessivamente por dois ou
três ou mais superfícies esféricas planas ou esféricas.
Não se tem
certeza de quando é que foram criadas as primeiras lentes, mas já no século
VIII a.C. existia um cristal de rocha com propriedades de ampliação da imagem.
No entanto, foi só no século XIII que esse cristal passou a ser conhecido e
utilizado, surgindo então os primeiros óculos.
Desde a sua origem esse instrumento óptico tem sido
muito utilizado. Na época, logo após sua criação, houve uma rápida
popularização, de modo que muitos pesquisadores começaram a fazer combinações
entre lentes para a aplicação nos chamados instrumentos ópticos, como
microscópios, telescópios.
Galileo Galilei (1569-1642) começou suas observações telescópicas
em 1609, usando um telescópio construído por ele mesmo. Porém não cabe a
Galileo o crédito da invenção do telescópio.
Lentes rudimentares foram encontradas
na ilha de Creta datam de 2000 a.C. Lentes e óculos já eram usados desde cerca
de 1350, e a maioria dos historiadores
aceita que o primeiro telescópio foi construído pelo fabricante de óculos
holandês Hans Lippershey (1570-1619), que em 1608 inventou um instrumento para
olhar coisas a distância, constituído por um tubo com uma lente em cada
extremidade.
Em maio de 1609, Galileo construiu seu primeiro telescópio, com
aumento de 3 vezes; aprimorou-o rapidamente e em novembro
do mesmo ano já tinha um telescópio com aumento de 20 vezes, muito mais potente
que qualquer outro existente na época. Foi com esse instrumento que ele iniciou
os estudos da astronomia moderna.
O telescópio usado por Galileo era
composto de uma lente côncava e uma lente convexa. Johannes Kepler (1571-1630), no seu livro Dioptrice publicado em 1611,
explicou que seria melhor construir um telescópio com duas lentes convexas,
como se usa atualmente.
Em 1668, Isaac Newton (1643-1727)
construiu um telescópio refletor usado atualmente em todos os observatórios
profissionais, com um espelho refletor côncavo na parte traseira e um pequeno
espelho secundário na parte anterior, que desviava a luz lateralmente ao tubo,
permitindo assim uma observação cômoda, sem obstruir a objetiva ou ter que
desviar a luz refletida obliquamente.
Guillaume Cassegrain (1625-1712)
propôs em 1672 usar um espelho convexo secundário para convergir à luz para um
buraco no centro do espelho principal do telescópio, mas espelhos curvos não
podiam ser feitos naquela época. A maioria dos telescópios modernos tem foco Cassegrain. A distância entre o
espelho secundário e o primário, aumentando a distância focal, age como uma
telefoto, permitindo grande escala de imagem.
A maior lente que se pode construir tem aproximadamente 1 metro de
diâmetro, pesa meia tonelada, e deforma-se devido ao seu próprio
peso, já que não pode ser apoiada por trás, como um espelho pode.
Em 1948 foi inaugurado o telescópio Hale, de Monte Palomar, na
Califórnia, com um espelho primário de 200 polegadas (5 metros) de diâmetro,
sendo considerado o maior do mundo por três décadas. Desde 1990 os maiores
telescópios do mundo são o Keck I e II, idênticos, com espelhos de 10 metros
de diâmetro cada formados por mosaicos de espelhos menores.
Os telescópios modernos tem focos
Ritchey-Chrétien, onde o pequeno espelho secundário do Cassegrain é substituído
por outro de forma mais complexa, que permite a correção da imagem para um
campo maior. Na verdade tanto o primário quanto o secundário são hiperbolóides
neste sistema.
A razão para se construir telescópios
tão grandes deve-se a necessidade do aumento do poder de resolução, que com o
aumento do diâmetro das objetivas (espelhos maiores) a capacidade de separação
de dois objetos celestes muito próximos é maior.
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