quarta-feira, 10 de junho de 2015

O MÉDICO QUE FOTOGRAFOU A REVOLUÇÃO DOS ANOS1960 NOS EUA

Taylor Kate BrownBBC BRASIL

Darrell Crain Jr., um reumatologista que morou durante a maior parte de sua vida em Washington, capital dos Estados Unidos, morreu em 1995. O médico, no entanto, também era fotógrafo amador nas horas vagas desde quando tinha 30 anos. Agora, imagens feitas por ele de alguns dos momentos que definiram a história do século 20 vêm à tona.

"Ele gostava de tirar fotos e se sentia atraído por eventos históricos", diz Alice Makl, neta de Crain.
Em dezembro de 2014, Makl encontrou um armário cheio de fotografias deixadas pelo avô após sua morte, há quase 20 anos. Ela as escaneou e publicou na internet.



Dois homens tomam água durante a Marcha por trabalho e liberdade em Washington, em agosto de 1963




As fotos coloridas de pessoas comuns percorrem acontecimentos históricos da época. A marcha por trabalho e liberdade reuniu mais de 200 mil pessoas em Washington



Entre os participantes da manifestação estava a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês)


 Os manifestantes se reuniram no Mall, parque que liga o Capitólio ao monumento a Abraham Lincoln (ao fundo)
A fotografia de Crain – especialmente as imagens da manifestação em Washington, em 1963, pelos direitos civis dos negros e da destruição e luto após a morte de Martin Luther King Jr. – chamaram a atenção de blogs de história e fotografia americanos.
"Esta coleção é imperdível", disse a Old Time DC, uma página de Facebook que recupera a memória histórica da capital americana através de fotos antigas.
Agora, as fotos do médico farão parte da coleção Washingtoniana, da Biblioteca Pública do Distrito de Columbia.


A série de imagens que mostra Washington depois do tumulto que ocorreu na cidade em 1968, após a notícia do assassinato de Martin Luther King Jr. em Memphis, é uma das mais interessantes da coleção




Em 1947, quando a fotografia ainda era um hobby caro, Crain comprou sua primeira câmera fotográfica a cores.
"Ele tinha um olho muito bom para composição e se interessava por fotografar pessoas", diz Makl.
O resultado são diversos retratos de pessoas comuns participando de eventos que seriam importantes na história americana.







Makl diz estar contente que as fotos amadoras feitas durante quatro décadas por seu avô estejam sendo reconhecidas.
"Ele ficaria muito feliz de saber que há tanto interesse em seu trabalho", afirma.

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