Taylor Kate BrownBBC BRASIL
Darrell
Crain Jr., um reumatologista que morou durante a maior parte de sua vida em
Washington, capital dos Estados Unidos, morreu em 1995. O médico, no entanto,
também era fotógrafo amador nas horas vagas desde quando tinha 30 anos. Agora,
imagens feitas por ele de alguns dos momentos que definiram a história do
século 20 vêm à tona.
"Ele gostava de tirar fotos e se sentia atraído por eventos
históricos", diz Alice Makl, neta de Crain.
Em dezembro de 2014, Makl encontrou um armário cheio de fotografias
deixadas pelo avô após sua morte, há quase 20 anos. Ela as escaneou e publicou
na internet.
Dois homens tomam água durante a Marcha por
trabalho e liberdade em Washington, em agosto de 1963
As fotos coloridas de pessoas comuns percorrem
acontecimentos históricos da época. A marcha por trabalho e liberdade reuniu
mais de 200 mil pessoas em Washington
Entre os participantes da manifestação estava a
Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em
inglês)
Os
manifestantes se reuniram no Mall, parque que liga o Capitólio ao monumento a
Abraham Lincoln (ao fundo)
A fotografia de Crain – especialmente as imagens da manifestação em
Washington, em 1963, pelos direitos civis dos negros e da destruição e luto
após a morte de Martin Luther King Jr. – chamaram a atenção de blogs de
história e fotografia americanos.
"Esta coleção é imperdível", disse
a Old Time DC, uma página de Facebook que recupera a
memória histórica da capital americana através de fotos antigas.
Agora, as fotos do médico farão parte da coleção
Washingtoniana, da Biblioteca Pública do Distrito de Columbia.
Em 1947, quando a fotografia ainda era um hobby caro, Crain comprou sua
primeira câmera fotográfica a cores.
"Ele tinha um olho muito bom para composição e se interessava por
fotografar pessoas", diz Makl.
O resultado são diversos retratos de pessoas comuns participando de
eventos que seriam importantes na história americana.
Makl diz estar contente que as fotos
amadoras feitas durante quatro décadas por seu avô estejam sendo reconhecidas.
"Ele ficaria muito feliz de
saber que há tanto interesse em seu trabalho", afirma.
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