segunda-feira, 26 de setembro de 2016

EXPOSIÇÃO COM OBRAS DE DEBRET COMEMORA BICENTENÁRIO DA MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA

Arte pictórica

Vejam aqui alguns quadros de Debret que estarão em exposição
Rio de Janeiro
Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil


 A exposição Debret e a Missão Artística Francesa no Brasil – 200 anos, no Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa, reúne aquarelas e gravuras que mostram a presença de índios e africanos na vida e na cultura do país Fernando Frazão/Agência Brasil





O ano de 2016, em que o Rio de Janeiro sedia pela primeira vez na América do Sul uma Olimpíada, também marca os 200 anos da chegada à cidade da Missão Artística Francesa, que teve grande importância cultural na então colônia, recém-tornada sede do Reino do Brasil, Portugal e Algarve. Para comemorar este bicentenário, o Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa, inaugurou na noite de hoje (20) uma exposição que reúne 75 aquarelas e gravuras de Jean-Baptiste Debret, o mais importante artista da missão trazida ao Brasil por Dom João VI para fundar a primeira Escola de Belas Artes do país.



As obras que integram a  mostra Debret e a Missão Artística Francesa – 200 anos, pertencem ao acervo dos Museus Castro Maya, instituição que compreende, além da Chácara do Céu, o Museu do Açude, no Alto da Boa Vista, na zona norte da cidade. Foram produzidas por Debret de 1816 a 1831, período em que ele viveu no Rio e foi responsável por uma das mais importantes contribuições à história do país, ao registrar aspectos da vida cotidiana e da natureza do Brasil daquela época, mais tarde reunidos no livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, lançado após seu retorno à França.





Debret retratou sem seus desenhos o cotidiano dos escravos nas ruas do Rio de Janeiro de 200 anos atrás e muitos estão na exposição Missão Artística Francesa no Brasil – 200 anos, no Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa Fernando Frazão/Agência Brasil.
Em suas gravuras e desenhos, Debret retratou índios, escravos africanos, mestiços, brancos e europeus, ricos e pobres. “Ele produziu mais de 700 desenhos, em grande parte aquarelas, captando a pulsação da vida da corte e da cidade”,  explica o curador da exposição, o francês Jacques Leenhardt.


Sociólogo, diretor de Estudos na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, Leenhardt destaca a visão crítica que Debret tinha da sociedade colonial que retratou. “Ele sempre enfatiza a importância das culturas próprias dos índios e africanos, mesmo quando destroçadas. Demonstra claramente o horror à violência escravocrata e registra a riqueza cultural daqueles que foram os vencidos da situação colonial”, comenta. 




As obras selecionadas para a mostra foram divididas por temas, como Religião na cidade, EscravidãoSelvagens e Civilizados?”  e O ateliê do pintor da história e o ateliê da rua. Este último módulo apresenta o único autorretrato conhecido de Debret trabalhando.



Instalado em uma das residências do industrial Raymundo de Castro Maya (1894-1968), hoje incorporada ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Museu Chácara do Céu exibe coleções de arte de origens e períodos diversos. A mostra Debret e a Missão Artística Francesa – 200 anos fica em cartaz até 25 de setembro, cobrindo, portanto, todo o período olímpico e paralímpico, que deverá atrair muitos visitantes nacionais e estrangeiros aos espaços culturais da cidade.


A visitação é das 12h às 17h, de quarta-feira a segunda-feira. Às terças, o museu não abre. Os ingressos custam R$ 2, mas às quartas o acesso é gratuito. O Museu Chácara do Céu fica na Rua Murtinho Nobre, 93, em Santa Teresa, na região central do Rio.




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